10 anos do Ethereum: Da pré-venda de US$ 18 milhões à rede global que movimenta US$ 80 bilhões
Há exatamente uma década, nascia o Ethereum, uma blockchain que prometia reinventar a internet. Hoje, impulsiona uma economia descentralizada de US$ 80 bilhões, abrigando desde memecoins até sistemas financeiros institucionais. O que começou como um white paper escrito por um jovem criptógrafo, Vitalik Buterin, tornou-se a espinha dorsal programável do mundo digital.
A história do Ethereum começou em 2013, quando Vitalik Buterin imaginou uma blockchain mais versátil que o Bitcoin. Junto a nomes como Gavin Wood, Charles Hoskinson e Joseph Lubin, ele propôs um “computador mundial descentralizado”, capaz de executar contratos inteligentes e hospedar aplicações sem intermediários.

Em 2014, o projeto arrecadou US$ 18 milhões em uma pré-venda, e em 30 de julho de 2015, o bloco gênese foi minerado, marcando o início de uma nova era. Os contratos inteligentes, código autoexecutável que elimina a necessidade de confiança entre partes, não foram apenas uma inovação técnica, mas uma revolução filosófica.
No entanto, os primeiros anos não foram sem crises. Em 2016, o ataque ao The DAO, um fundo de capital de risco descentralizado, resultou no roubo de 3,6 milhões de ETH (cerca de US$ 11 bilhões na época).
10 anos do Ethereum
A comunidade enfrentou um dilema: manter a blockchain imutável ou reverter o hack para recuperar os fundos? A solução foi um hard fork controverso, apoiado por 85% da rede, dando origem ao Ethereum Classic (ETC). Esse episódio moldou a cultura do Ethereum, mostrando que sua força reside não apenas na tecnologia, mas na comunidade.
Ironicamente, a queda do The DAO abriu caminho para o boom das ICOs (ofertas iniciais de moedas). O padrão ERC-20 facilitou a criação de tokens na rede, e projetos como EOS e Tezos levantaram bilhões. O Ethereum tornou-se um “Kickstarter descentralizado”, atraindo tanto inovadores quanto golpistas e chamando a atenção de reguladores como a SEC.
Em 2020, veio o DeFi Summer, quando protocolos como Uniswap, Aave e MakerDAO revolucionaram as finanças com empréstimos, swaps e yield farming sem intermediários. O valor total bloqueado (TVL) na rede ultrapassou US$ 11 bilhões, mas o sucesso trouxe um problema: as altas taxas de transação, que excluíram pequenos usuários e aceleraram a busca por escalabilidade.
A solução veio em 2022, com The Merge, a transição do mecanismo de consenso proof-of-work (PoW) para proof-of-stake (PoS). A mudança reduziu o consumo de energia em 99,95% e tornou o ETH um ativo deflacionário. Em 2023, a atualização Shapella permitiu o resgate de ETH stakeado, e em 2024, Dencun introduziu proto-danksharding, reduzindo custos nas soluções de Layer 2 (L2), como Arbitrum e Optimism.
O presente e futuro da Web3
Hoje, gigantes como a BlackRock já tokenizam fundos no Ethereum, e o recente upgrade Pectra melhorou a experiência do usuário com carteiras mais eficientes. Apesar dos avanços, desafios persistem, especialmente na interoperabilidade entre L2s onde transações ainda são lentas e caras.
Entretanto, se o Bitcoin é o coração da Web3, o Ethereum é cérebro. É da plataforma que acaba de completar 10 anos de onde saem as principais inovações e para onde os todos os olhos estão virados. Se em apenas uma década de história o Ethereum, podemos acreditar que há muito mais por vir.
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