4 contribuições da tecnologia blockchain para seu negócio
Construir um ecossistema favorável à experimentação e, consequentemente, à inovação, é desafiador, mas reconhecidamente benéfico para empresas de todos os portes. Nesse sentido, as tecnologias blockchain têm se apresentado como impulsionadoras de ideias e negócios, muitas vezes com oportunidades únicas proporcionadas pelas suas naturezas personalizáveis, o que explica o movimento de empreendedores saindo de suas zonas de conforto e buscando inovações.
Para o fundador da Hackatown, João Rubens, as empresas precisam abandonar “vícios corporativos” em prol da inovação e isso se faz com uma “mudança aprofundada da mentalidade empresarial”, expandindo a consciência e a descoberta de novos caminhos. “Existem vários caminhos. Cada empresa, com uma cultura diferente, impõe desafios e eu acredito que o nosso trabalho de trazer inovação para essas empresas parte de uma expectativa de testar e descobrir que os caminhos (anteriores) estão errados”, disse em painel no stand da Transfero no Web Summit Rio 2024.
Criação de moedas digitais e tokens
A criação de tokens e moedas digitais é uma aplicação mais conhecida e consolidada no universo blockchain, por exemplo, e pela qual os ativos são construídos sob medida para garantir segurança, rastreabilidade e transparência das transações. Isso permite que, mesmo com criptomoedas já consolidadas no mercado, como o bitcoin e o ether, empresas podem criar os seus próprios ativos digitais para serem utilizados como meio de pagamento.
O BRZ, emitido pela Transfero, por exemplo, tem o seu valor pareado com o do Real Brasileiro. Com isso, os investidores podem fazer operações de trading com maior facilidade.
Tokens podem ser criados para uso interno das empresas. Eles podem ser utilizados com o objetivo de sistemas de fidelização, NFTs, governança (que conferem direito de voto às decisões da empresa), acesso a um determinado produto ou serviço (utilidade), entre outras funções.
No entanto, é importante mencionar que é necessário ter conhecimento técnico suficiente para desenvolver moedas digitais e tokens com segurança e escalabilidade.
Automação via blockchain
Os contratos inteligentes, também conhecidos como smart contracts, são softwares autoexecutáveis que facilitam, verificam e executam o desempenho de contrato, uma vez que determinados parâmetros pré-estabelecidos são respeitados. Igualmente habilitado em blockchains, uma vez realizado o registro, ele não pode ser alterado, garantindo transparência e auditabilidade.
Em um contrato tradicional de aluguel, por exemplo – que leva inúmeras etapas, desde a assinatura até o pagamento do valor devido e a devolução do imóvel – essa modalidade não só garante a segurança, como também otimiza todo o processo. Com os registros em blockchain, a maior parte das etapas é automatizada, de modo que um atraso no pagamento pode gerar uma notificação de cobrança automática através do software.
Esse processo de automação também permite que empresas de logística criem sistemas de supply chain mais robustos e customizados, permitindo acompanhar, em tempo real, a jornada do produto desde a origem até o consumidor final.
Já em caso de divergências e disputas, os contratos inteligentes podem fornecer provas sobre o cumprimento (ou não) das obrigações de ambas as partes automaticamente. Isso melhora a experiência do usuário e desafoga os canais de atendimento das empresas.
Identidades digitais
A tecnologia blockchain também pode ser incorporada para a criação de identidades digitais descentralizadas (DID) dos usuários, protegendo os dados pessoais dos usuários e proporcionando maior integração com tecnologias Web3.
Algumas iniciativas nesse sentido já estão sendo colocadas à prova ao redor do mundo. É o caso da Sovrin Foundation, uma plataforma de identidade auto-soberana que faz uso da tecnologia Hyperledger Indy, desenvolvida pela Linux Foundation.
Por meio da iniciativa, é possível realizar autenticações, verificações de credenciais e compartilhamento específico de dados pessoais de maneira simplificada.
Na Índia, em 2009, foi lançado o Aadhaar: um sistema de identificação biométrica único para cada residente. O inscrito recebe uma numeração de 12 dígitos, sendo possível verificar a identidade de uma pessoa de maneira rápida e segura.
Embora o Aadhaar não seja baseado em blockchain, alguns estudos sugerem a utilização da tecnologia para melhorar a sua segurança, transparência, privacidade e integração com outros ecossistemas.
Iniciativas como essas podem agilizar o processo de registro e de efetuação de compras e contratações, uma vez que todos os dados necessários estarão presentes em um único lugar. Além disso, a presença de registros em blockchain ajuda a prevenir fraudes e golpes de vários tipos.
Gestão de ativos
A gestão de ativos, tradicionalmente realizada por instituições financeiras, é parte fundamental do processo de inovação e as empresas têm experimentado uma transformação profunda com a adoção da tecnologia blockchain nessa missão. Isso porque a tecnologia descentralizada e transparente oferece benefícios como:
- Fracionamento de ativos em partes menores, democratizando o acesso a certos produtos e serviços que antes eram restritos a investidores de grande porte;
- Emissão e negociação de títulos com maior eficiência e segurança, reduzindo os custos e o tempo de processamento;
- Escalabilidade: a agilidade para realizar grandes volumes de operações financeiras de uma só vez;
- Interoperabilidade entre diferentes ecossistemas blockchain, gerando uma integração orgânica e desejável tanto para empresas como para consumidores;
- Sistemas robustos e altamente seguros de custódia de criptomoedas e outros tipos de tokens, responsáveis pela montagem e gerenciamento do portfólio;
- Pagamentos e recebimentos pelos produtos e serviços oferecidos em criptoativos, a exemplo do Transfero Checkout.
Blockchain no universo da inovação
Empresas que abraçam ecossistemas blockchain podem melhorar os seus resultados, reduzir custos e expandir os seus horizontes, como mostra o gigante financeiro JPMorganChase. Além de ter criado a JPM Coin (uma stablecoin lastreada em moeda fiduciária), a empresa atualizou recentemente os seus sistemas internos para reduzir o tempo de liquidação de pagamentos internacionais de dias para segundos.
Em um passado não muito distante, Jamie Dimon, CEO da empresa, foi uma das vozes mais críticas ao universo das criptomoedas. Ele chegou a comparar o bitcoin a uma “bolha maior que das tulipas”. A analogia se refere a um fenômeno conhecido como “Mania das Tulipas”, ocorrido no Século XVII, na Holanda, quando bulbos de tulipas sofreram uma especulação desenfreada.
Os dois exemplos antagônicos mostram que experimentar soluções e vencer preconceitos é fundamental para que qualquer negócio se mantenha atualizado e desejável para o seu público-alvo. A blockchain entra nesse cenário para quebrar paradigmas, fomentando uma mudança que pode ser feita de maneira gradual, mas em linha com as necessidades mais urgentes de cada empreendimento.
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