AAVE vota para integrar sistema de Prova de Reservas da Chainlink em sua DAO
O protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Aave implementará um sistema de Prova de Reserva (PoR) utilizando a Chainlink. Com o no sistema, o objetivo da Aave é proteger os seus ativos vinculados na Avalanche.
A Organização Autônoma Descentralizada (DAO) por trás da Aave aprovou o contrato inteligente que utilizará a PoR. De acordo com o site, a votação recebeu mais de 99% a favor, ou seja, praticamente uma unanimidade.
O novo sistema de PoR cobrirá especificamente as versões Aave (v)2 e v3 na blockchain Avalanche. É a primeira vez que um sistema de DeFi utilizará PoR para garantir as reservas em pontes (bridges).
Combatendo golpes
Bored Ghost Developing, o estúdio Web3 por trás da proposta, diz que seus contratos inteligentes de PoR darão uma camada extra de segurança à implementação da Avalanche na Aave, mas também podem ajudar a mitigar ataques a ativos em ponte na rede.
“O foco é mais detectar automaticamente e agir sempre que qualquer sintoma de problemas de segurança em uma ponte aparecer”, disse Ernesto Boado, ex-diretor de tecnologia da Aave e cofundador da Bored Ghost Developing. “Achamos que, obviamente, a transparência vem em primeiro lugar, neste caso, nosso desenvolvimento vai um passo além.”
De acordo com a proposta, a Aave usará o contrato inteligente do agregador ChainLink PoR para proteger tokens na rede original (Ethereum), bem como suas versões em ponte na rede de destino (Avalanche).
O sistema PoR ganhou destaque após o colapso da FTX, que despertou o mercado para o risco da pouca transparência nas exchanges. Após a queda da empresa, grandes nomes como Binance, Crypto.com e KuCoin anunciaram a implementação da PoR para garantir as suas reservas.
Na semana passada, contudo, a Mazars, empresa que auditava as reservas da Binance, cortou os laços com a exchanges e anunciou que não prestaria mais esse serviço.
Proteção em pontes
Os ativos em ponte são a maneira de mover valor entre blockchains utilizando as DeFi. Normalmente, as blockchains não se comunicam diretamente entre si. É por isso que uma pessoa não pode enviar Bitcoin (BTC) para uma carteira na rede Ethereum (ETH), por exemplo.
Diante dessa limitação, existem duas opções para movimentar ativos em redes diferentes. A primeira é utilizar tokens embrulhados, como o Wrapped Bitcoin (WBTC). Já a segunda é utilizando as pontes.
Nas pontes, a criptomoeda fica bloqueado em um contrato inteligente na sua blockchain original. Em seguida, ocorre a emissão de um token que representa essa criptomoeda na rede de destino. Feito isso, a transação ocorreu por meio desse token.
O Aave é um dos protocolos que utiliza pontes para movimentar criptomoedas. Na sua versão v3 na Avalanche existem versões de DAI, USDT e USDC, entre outros tokens.
Mas ao mesmo tempo que as pontes facilitam operações, elas criam muitas vulnerabilidades de segurança que se tornam vetores para ataques. Este ano, os dois maiores ataques a DeFi ocorreram justamente em pontes: a rede Ronin do jogo Web3 Axie Infinity e o protocolo cross-chain Nomad.
No total, essas redes perderam mais de US$ 800 milhões devido a violações em suas pontes de token. O ataque à Ronin, por exemplo, tornou-se o maior ataque a um protocolo DeFi na história.
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