Justiça dos EUA fecha exchange sob acusação de lavagem de dinheiro

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Justiça dos EUA fecha exchange sob acusação de lavagem de dinheiro

A Rede de Repressão a Crimes Financeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (FinCEN) determinou o fechamento da exchange de criptomoedas Bitzlato Limited (Bitzlato). 

Em seu site oficial, o órgão cita uma “preocupação primária de lavagem de dinheiro” envolvendo a exchange. A justiça dos EUA suspeita que a Bitzlato esteja envolvida com o financiamento ilícito de atividades na Rússia.

Foi a primeira ordem emitida de acordo com a seção 9714(a) da Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro da Rússia, alterada depois da guerra com a Ucrânia. Nesse sentido, a proibição destaca a séria ameaça que as operações comerciais que facilitam e apoiam o financiamento ilícito russo representam para a segurança nacional e integridade dos EUA e a integridade do setor financeiro dos EUA.

Com a ordem, a Bitzlato não poderá intermediar operações de transferência de fundos, bem como perde o suporte de bancos. Ou seja, clientes não poderão sacar nem depositar dinheiro em suas contas na exchange. A medida começa a valer a partir de 1 de fevereiro, conforme o anúncio.

Conexão com sites ilícitos russos

No pedido, a FinCEN determinou que a Bitzlato é uma instituição financeira que opera fora dos Estados Unidos e que desempenha um papel crítico na lavagem de Moeda Virtual Conversível (CVC). Em outras palavras, a exchange supostamente facilitou transações ilícitas para agentes de ransomware que operam na Rússia.

Um desses agentes é o Conti, um grupo de Ransomware-as-a-Service que realiza ataques em várias redes de computadores. De acordo com o FinCEN, o grupo tem ligações diretas com membros do governo russo.

No decorrer de sua investigação, a FinCEN também descobriu que a Bitzlato tinha conhecimento dessas atividades. Contudo, a plataforma tomou poucas medidas significativas para identificar e interromper o uso ilícito de seus serviços.

“A Bitzlato não implementa efetivamente políticas e procedimentos destinados a combater a lavagem de dinheiro e finanças ilícitas. De fato, a empresa chegou a divulgar a falta de tais políticas, procedimentos ou controles internos”, disse o comunicado.

Em suma, a exchange provavelmente divulgou o fato de que não possui políticas rígidas de identificação de clientes (KYC). Mas o grande problema da empresa é permitir que agentes russos utilizem sua plataforma, diz a FinCEN.

Como resultado, a partir de 1º de fevereiro de 2023, as instituições financeiras estão proibidas de realizar uma transmissão de fundos de ou para a Bitzlato.

“A Bitzlato representa uma ameaça global ao permitir que criminosos cibernéticos e agentes de ransomware russos lavem o produto de seu roubo”, disse o diretor interino da FinCEN, Himamauli Das.

“À medida que criminosos e facilitadores criminais evoluem, também evolui nossa capacidade de interromper essas redes. Continuaremos a alavancar toda a gama de nossas autoridades para proibir essas instituições de obter acesso ao sistema financeiro dos EUA e usá-lo para apoiar a Rússia”, completou.

Sobre a Bitzlato

A Bitzlato é uma casa de câmbio virtual que oferece serviços de compra e venda de criptomoedas via ponto a ponto (P2P). Ou seja, a exchange intermedia negociações diretas entre clientes.

Junto com o Conti, a Bitzlato também teria facilitado operações do Hydra, grupo da darknet que também sofreu sanções dos EUA. O governo fechou as operações do Hydra em abril de 2022, mas a Bitzlato continuou a facilitar as transações outros grupos, como BlackSprut, OMG!OMG! e Mega.

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  • 18 de Janeiro, 2023