Sede da Braiscompany é alvo de operação da Polícia Federal na Paraíba

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Sede da Braiscompany é alvo de operação da Polícia Federal na Paraíba

A Polícia Federal (PF) realizou uma investigação na sede da Braiscompany em Campina Grande, na Paraíba. De acordo com informações, a investigação faz parte da Operação Halving, que investiga a empresa por crimes contra o sistema financeiro.

Realizada na manhã desta quinta-feira (16), a operação contou com ações na sede da empresa e em escritórios nas cidades de São Paulo e João Pessoa. Além disso, a PF também fez buscas em um condomínio de luxo de Campina Grande.

Conforme noticiou o CriptoFácil, a Braiscompany empresa captava investidores sob a promessa de investimentos em criptomoedas. Sua plataforma oferecia retornos que variavam entre 8% e 10% ao mês. No entanto, após atrasos, a “Brais” a ser suspeita de aplicar um golpe com criptomoedas.

Prejuízo bilionário

De acordo com a PF, a investigação apura as atividades da Braiscompany nos últimos quatro anos. Ou seja, entre 2018 e 2022.

Neste período, a PF afirma que a empresa movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany. Somente em Campina Grande, estima-se que a Brais recebeu mais de R$ 30 milhões em capital de seus “investidores”.

No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Os mandados não especificam quem são os alvos da Operação Halving. O nome da operação, por sinal, faz referência ao ciclo de corte na emissão de novos Bitcoins, que costuma durar quatro anos. Este também é o prazo da investigação da PF.

Sobre a Braiscompany

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em criptomoedas, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano.

Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas. Esses pagamentos podiam chegar a 10% ao mês, valor muito acima do praticado pelo mercado.

O caso da empresa ganhou repercussão nacional no final de 2022, quando a Braiscompany começou a atrasar certos pagamentos. A princípio, a empresa reportou que os atrasos se deram por causa da demora no lançamento de seu aplicativo, o “Brais App”.

No entanto, os atrasos logo começaram a se acumular e os clientes encheram as redes sociais da empresa com cobranças. A Braiscompany chegou a bloquear a opção de comentários em suas redes sociais e não respondeu aos comentários em sites como o Reclame Aqui.

O desespero dos usuários foi tanto que muitos chegaram a oferecer seus contratos com a Braiscompany para venda em sites como o OLX. Com o dinheiro bloqueado, esta foi a forma que encontraram para tentar receber alguma coisa.

A empresa também perdeu antigos aliados e parceiros, como o humorista paraibano Lucas Veloso. O CEO da Braiscompany, Antonio Neto Ais, realizou várias lives para tentar explicar a situação. Mas muitos clientes ainda estão com saldos bloqueados na plataforma.

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  • 16 de Fevereiro, 2023