Procuradores da Coreia do Sul não encontram bens de Do Kwon
Conforme noticiou o CriptoFácil, as autoridades da Coreia do Sul congelaram bens de executivos ligados à Terraform Labs. No entanto, eles não conseguiram congelar os bens de Do Kwon, principal executivo da empresa.
Kwon, que enfrenta acusações de fraude nos EUA e na Coreia do Sul, não possui ativos identificáveis em sua terra natal, de acordo com os promotores. Na verdade, eles conseguiram identificar cerca de 91,4 bilhões de wones, ou cerca de R$ 350 milhões, que pertencem a Kwon. Só que os ativos estão foram da jurisdição sul-coreana e, por isso, os promotores não conseguem bloqueá-los.
Do Kwon foi preso em Montenegro em 23 de março por supostamente viajar com passaportes falsos junto com o diretor financeiro da Terraform, Han Chang-jun. O executivo permanece no país aguardando sua extradição – Coreia do Sul e Estados Unidos querem recebê-lo.
Enriquecimento ilícito de Do Kwon
Os promotores sul-coreanos dizem que nove ex-executivos e atuais da Terra, incluindo Do Kwon, acumularam ilegitimamente 414,5 bilhões de wons coreanos (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) com o projeto. A blockchain chegou a ter mais de R$ 200 bilhões em valor de mercado antes do colapso.
Os promotores locais apreenderam provisoriamente bens pertencentes ao cofundador da Terraform, Shin Hyun-seung, também conhecido como Daniel Shin, incluindo imóveis e automóveis importados. Além disso, processaram os executivos da empresa em mais de R$ 800 milhões.
Os promotores alegam que Shin obteve lucros ilegais de mais de 154 bilhões de wones com o colapso do projeto Terra-Luna. Isso significa ganhos de quase R$ 600 milhões.
Dentro da ação, as autoridades locais também solicitaram que a Binance e outras exchanges congelassem as criptomoedas que alegam pertencer a Shin. O porta-voz não revelou a data do pedido, mas disse que a Binance não respondeu.
Em setembro, os promotores disseram que pediram à OKX e à KuCoin que congelassem 39 bilhões de won (R$ 151 milhões) em criptomoedas de propriedade de Do Kwon. O dinheiro veio de carteiras ligadas à Luna Foudation Guard, empresa que guardava os Bitcoins que a Terra possuía.
Do Kwon rejeitou essas alegações, e tuitou afirmando que nunca usou essas exchanges. Por outro lado, a Terraform Labs classifica o processo como uma “acusação política”.
Disputa pela extradição
Logo em seguida à prisão de Kwon, autoridades da Coreia do Sul e dos EUA enviaram às autoridades de Montenegro pedidos para extraditar o executivo. Os EUA acusam Do Kwon de cometer fraude e violações da lei de valores mobiliários, semelhante ao que faz a Coreia do Sul. Mas os sul-coreanos argumento que Kwon deve ser julgado em sua terra natal.
Em março, um tribunal sul-coreano rejeitou pela segunda vez um pedido dos promotores para emitir um mandado de prisão contra Daniel Shin, repetindo que o tribunal não considera que haja um risco de fuga ou provável adulteração de evidências por parte do executivo.