Queda do Bitcoin leva mineradores a migrarem para Inteligência Artificial, diz JPMorgan
A queda no preço do Bitcoin (BTC) desde 2022 afetou o lucro dos mineradores, grupo mais afetado pela desvalorização. No entanto, muitos deles estão utilizando suas máquinas para buscar fontes alternativas de renda enquanto o mercado não se recupera.
De acordo com um relatório do banco JP Morgan, os mineradores estão entrando em novas áreas de negócios, incluindo a oferta de serviços de computação de alto desempenho (HPC) para o mercado de inteligência artificial (IA). Isto é, as famosas ASICs agora estão aproveitando o rápido crescimento da IA para diversificar suas receitas
Com isso, os mineradores buscam reduzir sua dependência de criptomoedas, aliviando os impactos da correção no preço. Para financiar as novas atividades, as mineradoras que venderam moedas nos últimos trimestres utilizaram justamente esta receita.
Grandes mineradores se voltam para IA
Algumas das maiores empresas de mineração de Bitcoin decidiram aderir a este novo mercado. De fato, muitas delas até mudaram sua marca para incluir outras tecnologias e IA nos seus campos de atuação.
Por exemplo, a Hive Blockchain Technologies e a Riot Blockchain fizeram essa mudança recentemente. Ambas se tornaram Hive Digital Technologies e Riot Platforms, respectivamente. Dessa forma, as empresas também buscam diminuir os impactos da queda das criptomoedas em suas ações na bolsa de valores.
Só que esse movimento não ocorreu apenas com o Bitcoin. Na verdade, ele teve início por meio dos mineradores de Ether (ETH). Quando a criptomoeda mudou seu algoritmo de consenso, a mineração de ETH deixou de existir. Como resultado, muitos mineradores ficaram com as máquinas paradas e precisaram lhes dar alguma utilidade.
Novas utilidades
Desde a atualização The Merge no Ethereum, houve uma alta oferta de unidades de processamento gráfico (GPUs) para venda no mercado secundário. As GPUs eram as placas utilizadas na mineração de ETH, mas elas perderam sua utilidade para esse fim, levando a vendas maciças.
O JPMorgan ressalta que os mineradores de ETH venderam suas GPUs para salvar seu investimento, enquanto alguns redirecionaram suas máquinas para jogos, serviços de renderização de imagem e vídeo. E outros seguiram minerando outras criptomoedas que usam Prova de Trabalho (PoW), como Ethereum Classic (ETC), Ravencoin (RVN) e Ergo (ERG).
“No entanto, a mineração dessas criptomoedas não foi tão lucrativa quanto a mineração de ETH devido aos seus valores de mercado mais baixos e questões sobre sua viabilidade a longo prazo. Com o rápido crescimento da IA, o aumento da demanda por computação de alto desempenho está abrindo um caminho novo e talvez mais lucrativo para a utilização de GPUs usadas anteriormente para mineração de éter”, escreveram os analistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou.