Genesis processa sua controladora DCG e pede R$ 3 bilhões
A plataforma de empréstimo de criptomoedas Genesis Global entrou com uma ação judicial contra sua controladora, o Digital Currency Group (DCG), em um tribunal de falências de Nova York. De acordo com o processo, a Genesis entrou com uma ação contra a DCG e a DCG International Investments Ltd (DCGI), ambas de propriedade de Barry Silbert.
Em janeiro, a Genesis entrou com pedido de recuperação judicial e demitiu mais de 30% de sua equipe. Recentemente, a empresa chegou a um acordo com a FTX por meio do qual receberá cerca de US$ 1 bilhão.
Agora, a empresa pretende recuperar US$ 620 milhões do DCG que supostamente pertencem à Genesis – o que corresponde a cerca de R$ 3 bilhões em valores atuais.
No processo, a Genesis afirma que o dinheiro é referente a empréstimos que o DCG tomou, mas que não foram pagos. As empresas envolvidas afirmam que as discussões para um possível acordo para encerrar a disputa estão abertas.
Empréstimos não pagos
A Genesis revelou recentemente um plano de reembolso da dívida que a maioria dos principais credores rejeitou, apesar dos poucos que o apoiaram. Na tentativa de cumprir os compromissos de reembolso aos credores, a Genesis tomou a medida de abrir ações judiciais contra o DCG.
No processo, a Genesis afirma que os empréstimos concedidos ao DCG permanecem não pagos, apesar de terem vencido em maio. O valor do empréstimo pendente é de US$ 500 milhões do DCG e cerca de 4.550 Bitcoins (BTC) do DCGI.
A Genesis também entrou com pedido de devolução dos juros acumulados e multas por atraso, além do valor principal. Considerando o preço atual do Bitcoin, 4.550 BTC equivalem a aproximadamente US$ 117.100.000. Já a soma total corresponde aos US$ 620 milhões pedidos no processo.
Este é o segundo processo que o DCG sofre em três meses envolvendo a devolução de fundos. Conforme revelou o CriptoFácil, a exchange Gemini também processou o grupo em US$ 1,5 bilhão por danos referentes ao encerramento do programa Earn.
Acordo da Genesis
Anteriormente, a Genesis propôs um acordo de reestruturação com potencial para oferecer aos credores não garantidos uma recuperação de quase 90%. Os credores não garantidos são aqueles que, de acordo com a lei, não teriam direito a receber seus valores.
No entanto, para que o acordo siga em frente, ele precisa do apoio de seus principais credores, que incluem a Gemini, de propriedade dos irmãos Winklevoss.
O plano restringiu alguns credores que enviavam fundos adicionais para a Genesis como uma ajuda para ajudar a pagar outros credores rapidamente em troca de uma parcela mais significativa do valor ganho ao processar o DCG. O valor estimado de recuperação pode chegar a US$ 2,8 bilhões.
De acordo com relatórios anteriores, a Gemini já concordou com o plano, apesar do processo movido contra o DCG, e está tentando reunir outros credores para se unirem no esforço para obter mais dinheiro da controladora da Genesis. Não está claro se o processo faz parte do plano previamente traçado pelo Genesis.