Binance recebe mais de R$ 35 milhões em criptomoedas ligadas à FTX
Enquanto o julgamento da FTX continua a acontecer, carteiras ligadas à falida exchange começam a enviar milhões de dólares em criptomoedas. De acordo com a Nansen, essas carteiras fizeram transações acumuladas de US$ 7,6 milhões, ou cerca de R$ 36 milhões em valores atuais.
A maior parte dessas transações movimentaram Ethereum (ETH), Chainlink (LINK), MKR e AAVE, e tiveram como destino carteiras da Binance para as respectivas criptomoedas. Ou seja, tudo indica que o objetivo é realizar a venda desses ativos.
No entanto, ainda não está claro por que a FTX deseja vender essas criptomoedas. Há a possibilidade de que seja uma estratégia para reembolsar seus credores, mas isso não está confirmado. Enquanto isso, a exchange recebeu pelo menos três grandes ofertas para reativar suas atividades, quase um ano após seu colapso.
Transferências milionárias
Milhões de dólares em vários tokens vinculados às carteiras cripto das empresas FTX e Alameda Research deixaram suas carteiras nas últimas horas. De acordo com a Nansen, a FTX transferiu os valores nas primeiras horas desta quarta-feira (25).
A empresa afirmou que as carteiras de destino pertencem à Binance. Portanto, tudo indica que a FTX pretende vender esses fundos de imediato, ou então brevemente.
Do total enviado, a maior parte (US$ 3,4 milhões, ou cerca de R$ 17 milhões) foi de ETH. Outros US$ 2,2 milhões (R$ 11 milhões) correspondem a participações em LINK, enquanto US$ 2 milhões (R$ 10 milhões) estavam no token MRK. Por fim, o token AAVE respondeu por US$ 1 milhão, ou cerca de R$ 5 milhões.
A FTX entrou em colapso em novembro passado depois que revelações sobre o estado calamitoso de seu balanço vieram à tona. Em poucos dias, a empresa bloqueou saques dos clientes e declarou recuperação judicial. A queda culminou com a demissão de Sam Bankman-Fried, fundador e então CEO da FTX. SBF, como ele é conhecido, enfrenta processos judiciais por acusações de fraude e outros crimes.
O novo CEO, John J. Ray III, criticou os controles financeiros da empresa e está trabalhando para consertar a situação e reembolsar seus credores. Um grupo independente controla os processos de falência e possui ativos que estavam sob controle da FTX e da Alameda antes de sua falência.
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Ofertas de reativação
Apesar do imbróglio jurídico e financeiro, a marca FTX ainda chama a atenção do mercado. Tanto que a empresa recebeu várias propostas para um possível “reboot” de suas atividades, de acordo com o banqueiro de investimentos Kevin Cofsky, da Perella Weinberg Partners, na terça-feira (24).
Cofsky testemunhou durante uma audiência no tribunal que cuida do julgamento de SBF e confirmou a informação. De acordo com ele, pelo menos três licitantes estão concorrendo para comprar a exchange, que negociava dezenas de bilhões de dólares por dia no seu auge.
O conselho da FTX deve tomar uma decisão sobre a compra em dezembro, como parte dos planos a serem submetidos ao tribunal de falências de Delaware para aprovação. Cofsky também tentou manter em segredo a lista de mais de 9 milhões de clientes da plataforma, visto que tal informação pode ser valiosa para um potencial comprador.
“Reduzimos o campo de um número grande para um número menor no que chamamos de nosso segundo turno. Estou otimista de que teremos um plano para uma exchange reorganizada, um acordo de parceria ou um cavalo de batalha para uma venda, em ou antes da data marcante de 16 de dezembro”, afirmou.