Lesados por ‘Sheik dos Bitcoins’ pedem apreensão de jato de Wesley Safadão; entenda
Um grupo de clientes lesados por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, pediu à Justiça do Paraná a apreensão de um jato para reembolso das dívidas. A aeronave pertence à ITX Administradora de Bens Ltda, do Sheik, de acordo com a petição anexada à ação civil pública que tramita na 24ª Vara Cível de Curitiba. Contudo, atualmente, é a empresa WS Shows Ltda, do cantor Wesley Safadão, que opera a aeronave vendida pela última vez por R$ 37 milhões.
Conforme noticiou o jornal GLOBO, a defesa de Safadão diz que o cantor recebeu o jato de Francisley devido à dívida que suposto líder de pirâmide financeira tem com o artista.
Esquema de pirâmide financeira com Bitcoin
O “Sheik dos Bitcoins” prometia altos rendimentos por meio de supostas operações com criptomoedas. Com o golpe, ele lesou famosos como Sasha Meneghel e seu marido, o cantor João Figueiredo. De acordo com a Polícia Federal, o Sheik causou prejuízos em pelo menos 15 mil pessoas no Brasil e no exterior. Só no Brasil ele teria movimentado R$ 4 bilhões com o esquema.
No dia 6 de outubro, conforme noticiou o CriptoFácil, o Sheik foi alvo da Operação Poyais, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O objetivo foi aprofundar a apuração da prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro, crime de estelionato, de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na ação, os agentes da PF apreenderam uma grande quantidade de dinheiro em espécie, barras de ouro, relógios de luxo, carros de luxo, entre outros itens.
No entanto, o jato ficou fora da lista de bens apreendidos, como observaram os advogados Mayra Vieira Dias e Jorge Calazans, que assinaram a petição. Os próprios advogados chegaram até o nome de Safadão por meio de um levantamento.
Segundo o documento juntado à ação, Safadão opera a aeronave e também figurou como “interveniente anuente”. Trata de uma pessoa que não faz parte de uma negociação em si, mas exerce influência sobre a transação por meio de uma anuência. Neste caso, o cantor foi o interveniente da compra do jato pelo Sheik da empresa Maravilhas da Terra Produtos Naturais. Isso porque Safadão tinha vendido a aeronave para a empresa em 19 parcelas.
Jato foi para pagar prejuízo
De acordo com os termos do negócio, o Sheik pagaria uma parte do valor do jato à companhia e outra parte – cerca de R$ 11 milhões – ao cantor. No entanto, a transação foi interrompida em 2021, quando a pirâmide quebrou e os pagamentos foram paralisados. Então, o cantor retomou a posse do bem.
De acordo com o advogado de Safadão, Daniel Moraes, o cantor recebeu o jato do Sheik para amortecer parte do prejuízo do cantor. Isso porque ele teria feito um aporte em aluguel de Bitcoins junto a uma das empresas do investigado – em valor não revelado.
“Foi feito um mau negócio, que até nos envergonha. Explicamos tudo a quem nos procurou. Se existe algum vilão nessa história, se chama Francisley. A sorte é que Wesley conta com um grupo de conselheiros que, antes mesmo da história se tornar conhecida, o convenceram a abandonar o negócio e pedir o dinheiro de volta”, disse o advogado.
Safadão também está envolvido de outra forma com o Sheik. Sua empresa DYW Participações Ltda. aparece em uma lista de credores no processo de recuperação judicial que a defesa de Francisley apresentou em agosto deste ano. A companhia em questão atuou como uma “agenciadora” dos negócios do Sheik no Ceará, captando clientes em troca de comissões. O advogado do cantor disse que uma das empresas de Safadão atuou, de fato, como uma franqueada de Wesley. No entanto, isso foi suspenso quando o artista pediu a restituição dos seus investimentos.
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