Worldcoin enfrenta proibição em Hong Kong
O Escritório do Comissário de Privacidade para Dados Pessoais (PCPD) de Hong Kong ordenou que a Worldcoin interrompa suas atividades na cidade. A determinação veio após uma investigação de três meses sobre as práticas de coleta e processamento de dados pessoais pelo projeto.
Em 31 de janeiro, o PCPD iniciou uma investigação proativa para averiguar a Worldcoin. O órgão buscou compreender se a empresa havia infringido as normas da Portaria de Privacidade ao coletar e tratar dados pessoais sensíveis.
De acordo com o relatório divulgado pelo Hong Kong Standard em 22 de maio, o PCPD concluiu que as imagens faciais e de íris coletadas pela Worldcoin de aproximadamente 8.302 indivíduos eram “desnecessárias e excessivas”.
Além disso, a investigação apontou várias irregularidades nas práticas da Worldcoin. Uma das principais críticas foi a coleta injusta de dados pessoais, uma vez que documentos cruciais, como o “Aviso Privado” e o “Formulário de Consentimento de Dados Biométricos”, não estavam disponíveis em chinês.
Worldcoin enfrenta restrições em Hong Kong
Ainda segundo a investigação, a Worldcoin falhou em esclarecer se o fornecimento de informações pessoais pelos clientes era obrigatório ou voluntário, violando assim a Lei de Privacidade.
Outro ponto levantado pelo PCPD foi o período de retenção dos dados pessoais pela Worldcoin, que se estendia por 10 anos com o intuito de treinar modelos de IA para verificação humana. O órgão considerou esse prazo “muito longo” e inadequado, justificando assim a necessidade de ações coercitivas contra a empresa.
Em resposta às conclusões, o Comissário de Privacidade emitiu um aviso de execução direcionado à Fundação Worldcoin. O documento instrui a empresa a cessar todas as atividades relacionadas à digitalização e coleta de imagens de íris e rosto do público em Hong Kong, utilizando dispositivos específicos para tal fim.
Além da ordem de cessação, o PCPD pediu à população que denuncie qualquer atividade contínua da Worldcoin na cidade. Se os dispositivos de digitalização de íris da empresa ainda estiverem em operação, o público deve informar as autoridades competentes.