Wrapped bitcoin: como funciona a versão do BTC para a rede Ethereum?

Com o surgimento de milhares de criptomoedas após o lançamento do bitcoin (BTC), um novo desafio foi apresentado ao mercado cripto: criar interoperabilidade entre diferentes blockchains. Uma das soluções foram as wrapped bitcoin, um token atrelado à criptomoeda original que possibilita a negociação do ativo na rede Ethereum.

A versão encapsulada do BTC foi apresentada em white paper publicado em 24 de janeiro de 2019. Cerca de uma semana depois, o token wBTC já estava em circulação no mercado cripto. Em apenas 18 meses, mais de US$ 800 milhões em BTCs já tinham sido convertidos em wrapped bitcoin.

O projeto foi apresentado pelos desenvolvedores Kyber Network e Ren. Na primeira versão do token, oito negociadores participaram da emissão. Posteriormente, novos participantes foram adicionados ao projeto.

O que é wrapped bitcoin (wBTC)?

O wrapped bitcoin é um token desenvolvido para integrar a criptomoeda com a blockchain Ethereum. Por ser lastreada em bitcoin, existe uma unidade de BTC como garantia para cada unidade de wBTC emitido. Assim, lembra a dinâmica de stablecoin.

• Classificado como token ERC-20, esse ativo digital:
• Funciona como representação do bitcoin na Ethereum;
• Possibilita o uso da moeda em projetos de finanças descentralizadas (DeFi);
• Facilita transações.

Embora a custodiante do wBTC seja a BitGo, o wrapped bitcoin é um projeto descentralizado, ou seja, gerenciado por uma comunidade autônoma (DAO). Em 2024 há 17 participantes na organização, responsáveis por estabelecer as diretrizes de uso, atualização e emissão para a criptomoeda.

Como funciona o wrapped bitcoin?

A criação de um ‘bitcoin embrulhado’ pode ser feita a partir de transações dos investidores. Entretanto, a operação deve ser realizada por intermédio de uma plataforma elegível para essa emissão, como AAve, Maker, Coinlist e entre outros.

Além de emitir o wBTC, o custodiante também pode desfazer o processo. O bitcoin que foi ‘embrulhado’ retorna ao formato original e o token deixa de existir.

Benefícios do bitcoin embrulhado

A criação do ‘bitcoin embrulhado’ aumentou a integração da criptomoeda no mercado e também oferece outros benefícios, como:

Liquidez

A liquidez do BTC aumentou por causa da possibilidade de negociação da criptomoeda em outras blockchains.

Integração DeFi

Com a maioria dos projetos DeFi sendo desenvolvidos em blockchains mais avançadas, o wrapped bitcoin conecta o BTC a exchanges descentralizadas (DEX) e possibilita até a criação de NFTs.

Token ERC-20

Por ser classificado como ERC-20, o wBTC é compatível com outros tokens do tipo e com ferramentas descentralizadas como os dApps.

Onde a versão é usada?

O wBTC possibilita maior adoção do bitcoin. Assim, é encontrado em exchanges, na rede Ethereum e em transações envolvendo projetos descentralizados, como:

Exchanges descentralizadas: o wBTC permite maior integração do bitcoin com plataformas DEX, usadas para negociar tokens que não são listados em corretoras tradicionais.

NFTs: o wrapped bitcoin pode ser usado na negociação de NFTs desenvolvidos em redes blockchains compatíveis com a Ethereum.

Tokens ERC-20: o wBTC oferece negociação na própria blockchain que originou os tokens ERC-20, o que deve resultar em menos taxas em transações de compra e venda de criptomoedas que acontecem na rede Ethereum.

Empréstimos cripto: essa versão do bitcoin pode ser usada para pedir empréstimos em plataformas como:

• MakerDAO;
• Compound;
• Kyber Network;
• AAVE;
• Uniswap;
• Balancer.

Como transformar em wrapped bitcoin?

O primeiro passo é enviar BTC solicitando uma versão wBTC da criptomoeda. Haverá alguns processos de segurança, como o sistema Conheça Seu Cliente (KYC) e medidas contra lavagem de dinheiro.

A conversão do bitcoin em wBTC é finalizada mediante o pagamento de uma pequena taxa. Nessa etapa é importante verificar o endereço da transação, antes de concluir o pagamento da taxa para o custodiante do projeto.

Depois disso, o wrapped bitcoin é enviado para o endereço Ethereum indicado na transação e a operação é finalizada. A partir disso, a criptomoeda está pronta para ser negociada em exchanges centralizadas (CEX) ou em transações diretas, conhecidas como P2P.

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