MakerDAO avalia descontinuar uso do WBTC como garantia para stablecoin DAI
A MakerDAO está avaliando uma proposta controversa que pode impactar significativamente o uso do Wrapped Bitcoin (WBTC) como colateral para a emissão da stablecoin DAI. A medida foi sugerida após a BitGo, empresa responsável pela custódia do WBTC, anunciar planos de transferir o controle do ativo para uma joint venture que inclui a BiT Global e o ecossistema Tron, liderado por Justin Sun.
Em 10 de agosto, a BA Labs, equipe especializada em análise de risco na web3, publicou uma proposta no fórum de governança da MakerDAO. A sugestão é que a MakerDAO reduza os tetos de dívida dos cofres de WBTC para zero. Assim, o protocolo desativaria novos empréstimos contra o WBTC tanto no protocolo Maker quanto na plataforma SparkLend.
Embora essa mudança bloqueie novos empréstimos utilizando WBTC, a BA Labs esclareceu que a medida não afetará imediatamente os usuários existentes, com empréstimos ativos ou DAI garantidos por WBTC.
MakerDAO considera suspender uso do WBTC
O ponto central da preocupação levantada pela BA Labs é o envolvimento de Justin Sun na nova joint venture. Desde que Sun adquiriu a stablecoin TrueUSD em 2022, a BA Labs observou uma deterioração nos processos operacionais e na transparência da moeda.
Além disso, identificou problemas como a suspensão de provas em tempo real de reservas e interrupções em serviços de resgate. Esse histórico levou a BA Labs a considerar a participação de Sun na gestão do WBTC como um risco inaceitável.
A proposta gerou divisões na comunidade MakerDAO. Enquanto alguns membros apoiam a iniciativa da BA Labs, citando a necessidade de prudência, outros acreditam que a medida é exagerada. A GFX Labs, outra entidade de análise da MakerDAO, classificou a proposta como “extrema”. De acordo com a entidade, a MakerDAO não adota uma abordagem tão rigorosa com outros ativos centralizados, como a stablecoin USDC.
Em meio ao debate, concorrentes do WBTC já se movimentam para oferecer alternativas, como os tokens ckBTC, tBTC e dlcBTC.
Preocupação exagerada?
Mike Belshe, CEO da BitGo, respondeu à proposta afirmando que a preocupação com o envolvimento de Sun é exagerada. Nesse sentido, Belshe garantiu que a segurança do WBTC não sofrerá alterações. Ele sugeriu que a MakerDAO conduza uma diligência adequada antes de tomar qualquer decisão, sob um acordo de confidencialidade.
Justin Sun também se manifestou nas redes sociais. Conforme afirmou o polêmico executivo de cripto, seu papel no WBTC é estratégico. Além disso, ele afirmou que não controla as chaves privadas das reservas do WBTC.
A proposta da BA Labs ainda está em discussão, mas o impacto potencial sobre a MakerDAO e seus usuários, caso seja aprovada, é significativo.
Enquanto isso, o token MKR da Maker registrou uma pequena valorização de 0,3% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko. No momento da redação desta matéria, o token está custando US$ 1.987.
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