EUA buscam apreender milhões em cripto ligadas a suborno de Bankman-Fried à China
Promotores dos Estados Unidos entraram com um pedido junto ao tribunal para confiscar cerca de US$ 18,5 milhões em criptomoedas, que estariam vinculadas a supostas propinas pagas pelo cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, a autoridades chinesas.
A solicitação, apresentada em 12 de novembro no Tribunal Distrital de Nova York, alega que a conta da Binance teria lavado fundos que fariam parte das propinas que Bankman-Fried teria oferecido antes do colapso da FTX em 2022. A conta, avaliada inicialmente em US$ 8,6 milhões em dezembro de 2023, agora tem US$ 18,5 milhões em ativos.
Os documentos dos promotores explicam que, em 2021, as autoridades chinesas congelaram duas contas da Alameda Research, empresa-irmã da FTX, que continham cerca de US$ 1 bilhão em criptoativos. Em resposta a essa ação, Bankman-Fried supostamente autorizou uma transferência de US$ 40 milhões em Tether para uma carteira privada. O objetivo era subornar funcionários chineses e liberar as contas bloqueadas.
Após a liberação das contas, ele teria autorizado pagamentos adicionais em criptomoedas. Esses pagamentos somaram dezenas de milhões de dólares, conforme afirmaram os promotores.
Caso envolve FTX, Sam Bankman-Fried, Binance e China
A investigação revelou que a conta em questão contava com cinco subcontas de depósito. SBF teria usado essas subcontas para “ocultar ou disfarçar” a natureza dos valores. As carteiras ligadas a essa conta recebiam depósitos regulares de Bitcoin e stablecoins quase todos os dias. Posteriormente, Bankman-Fried convertia esses valores em outras criptomoedas.
De acordo com o depoimento de Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, o valor total pago em subornos chegou a aproximadamente US$ 150 milhões.
Em 21 de dezembro de 2023, durante o julgamento de Bankman-Fried, o juiz Lewis Kaplan autorizou a apreensão dessa conta. Os promotores afirmaram que ela ainda contém criptomoedas, incluindo Solana, Cardano, XRP, Internet Computer e Avalanche.
Após o colapso da FTX em 2022, Bankman-Fried enfrentou um júri e foi considerado culpado de sete crimes graves. Ele recebeu uma senteça de 25 anos de prisão em março deste ano. As acusações contra ele incluíram conspiração para fraude bancária e suborno a autoridades estrangeiras. Contudo, o tribunal retiroou algumas dessas acusações antes do veredicto final.
Apesar da sentença, os advogados de Bankman-Fried continuam a lutar por ele. Em 13 de setembro, sua defesa apresentou um recurso, argumentando que o julgamento foi injusto. Além disso, a defesa alegou que o tribunal não tratou o ex-CEO da FTX de forma adequada durante o processo.
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