Fintechs e neobanks adotam blockchain visando a inclusão financeira

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Um estudo do Ranking Idwall de Experiência digital, divulgado em 2024, aponta que 89% da população brasileira tinha acesso à conta corrente em 2023. E mais: a maioria dos CPFs tem mais de três contas bancárias registradas. Isso consolida a soma de mais de 1,2 bilhão de contas ativas, número 14,2% superior ao registrado em 2022. 

Para os próximos períodos, a expectativa do mercado é ampliar a democratização do dinheiro com o apoio da blockchain. Isso porque, desde o surgimento das finanças descentralizadas (DeFi), o mercado financeiro tradicional passou a incorporar novos produtos e serviços em todo o mundo. Com isso, novas possibilidades de negócios se tornaram possíveis e devem impactar milhões de pessoas nos próximos anos.

Inclusão financeira na palma da mão

Com um smartphone e conexão à internet, qualquer pessoa pode ter acesso a produtos e serviços financeiros onde quer que esteja. A fintech latino-americana Ualá, por exemplo, oferece conta bancária e investimentos de maneira simplificada e acessível, sem toda a burocracia exigida pelas instituições tradicionais.

Além de ser a maior exchange do mundo, a Binance também oferece serviços de pagamentos, empréstimos e cartões de débito que convertem automaticamente o saldo cripto em moeda fiduciária, facilitando a inclusão financeira dentro do universo Web 3.0.

Receber pagamentos em criptomoedas pode ser difícil para algumas pessoas. No entanto, soluções como o Transfero Checkout permitem que lojistas obtenham os seus valores em ativos digitais e os convertam em moeda fiduciária automaticamente. A experiência de pagamento é bastante similar à  que já acontece em milhões de estabelecimentos comerciais em todo o planeta.

Já o Revolut é um dos neobanks mais populares do mundo. Fundado no Reino Unido, ele utiliza tecnologia blockchain para oferecer contas digitais com funcionalidades avançadas, incluindo a presença de criptomoedas e outros tipos de ativos digitais no portfólio de seus clientes.

Uma “aldeia financeira global”

As criptomoedas e plataformas de negociação descentralizadas inspiram fintechs e neobanks a oferecerem serviços financeiros cada vez mais inclusivos e integrados. Com isso, transferências se tornaram possíveis fora do horário comercial, incluindo finais de semana e feriados.

Distâncias geográficas são cada vez menos relevantes na vida financeira. O Open Finance, por meio da tecnologia blockchain, poderá contribuir com o desenvolvimento de um ecossistema financeiro globalizado, oferecendo produtos personalizados para seus correntistas, mesmo que não tenham um longo histórico de uso.

Espera-se, nos próximos anos, um ambiente ainda mais integrado, transparente, seguro e preocupado com a inclusão financeira. A presença de várias instituições para fazer concorrência junto aos grandes bancos leva a esse caminho de maneira orgânica, assim como funciona no universo descentralizado: não se trata de dominar o mercado, e sim de cada um ter e de fidelizar seus respectivos públicos.

Desafios para a democratização financeira

Regiões em áreas rurais ou de baixa renda podem ter dificuldades de acesso a agências bancárias ou à internet. Nesses locais, a informalidade do trabalho é frequente, o que dificulta a comprovação de renda e, consequentemente, o acesso a produtos financeiros.

Pessoas com histórico de crédito negativado também podem enfrentar problemas para abrir contas, pedir empréstimos ou cartões de crédito. Parte disso se deve à baixa educação financeira, especialmente presente em países subdesenvolvidos.

Taxas e tarifas também podem afetar o acesso ao dinheiro digital. Embora existam vários bancos online, nem todas as regiões brasileiras têm conexões à internet suficientemente rápidas e estáveis para utilizar esses serviços.

Por fim, há muitas dúvidas em relação ao futuro do Open Finance, que permite o compartilhamento de dados pessoais entre as instituições financeiras. Um estudo feito pela Capgemini aponta que a queda na confiança no sistema financeiro atual, além da mudança de nomenclatura (anteriormente “Open Banking”), podem ter afetado a performance entre maio e junho de 2024.

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  • 11 de Dezembro, 2024