Rússia vende US$ 10 milhões em Bitcoin apreendidos em ataque

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Rússia

A última sexta-feira (10) marcou um dia de grandes vendas de Bitcoin (BTC) por parte de governos. Depois dos Estados Unidos, foi a vez de autoridades da Rússia venderem BTC oriundos de apreensões em ataques. No caso dos russos, a intenção é vender o equivalente a US$ 10 milhões em BTC. 

De acordo com as autoridades, esses BTC foram apreendidos durante investigações sobre uma gangue internacional de crimes cibernéticos que operou entre outubro de 2010 e fevereiro de 2018. No total, o governo russo apreendeu pouco mais de 1.000 BTC, que correspondem a cerca de US$ 100 milhões

Em outras palavras, a primeira venda corresponderia a 10% de todo o valor apreendido das mãos dos criminosos. Mas os russos afirmaram que também pretendem vender outros bens que estavam em posse da quadrilha.

Cotação do Bitcoin nas últimas 24 horas.
Fonte: CoinGecko.

Confisco e plot twist

O grupo de hackers a quem pertencia os Bitcoins apreendidos chama-se Infraud e tem uma fama pregressa na Rússia. Eles ficaram conhecidos por aplicar golpes com cartões de crédito, mas logo se adaptaram para roubar criptomoedas.

Durante seus oito anos de atuação, o grupo conseguiu roubar o equivalente a 5.212 BTC, cerca de US$ 489 milhões. Com o desmantelamento da quadrilha em 2018, todos os BTC caíram nas mãos das autoridades russas. No entanto, parte dessas moedas quase foi desviada por um agente.

O major Marat Tambiev, que faz parte da investigação, supostamente teve um encontro com um advogado que representava vários membros da Infraud. Em troca de não confiscar metade dos BTC apreendidos, Tambiev exigiu que o grupo lhe entregasse mais de 2.500 BTC.

Além disso, o major garantiu que pouparia os criminosos da detenção penal em favor da prisão domiciliar. Segundo relatos, Tambiev recebeu 1.032 BTC em 7 de abril de 2022, mas foi preso posteriormente. Sua assistente, Kristina Lyakhovenko, também estava no esquema e foi presa junto com Tambiev.

Depois da prisão, as autoridades acusaram Tambiev de aceitar suborno e ele recebeu uma sentença de 16 anos em uma prisão de segurança máxima. O agora ex-investigador também teve que pagar uma multa de mais de US$ 5 milhões.

Por sua vez, Lyakhovenko foi presa por nove anos após ser considerada culpada de falsificação de provas.

Com as mãos nos Bitcoins

Em 2023, a polícia encontrou as chaves privadas para os Bitcoins em posse de Tambiev. As senhas estavam guardadas no computador do oficial, prática que a imensa maioria dos usuários de criptomoedas não recomenda.

Para facilitar ainda mais o trabalho, Tambiev nomeou a pasta como “aposentadoria“, sugerindo que ele pretendia sumir com a fortuna que tinha. Mas ao invés de pagar seu lazer, os BTC agora estão em posse do Tesouro da Rússia.

Alega-se que Tambiev dividiu seus Bitcoins em quantias menores e as manteve em carteiras separadas, o que significa que os promotores terão que registrar vários pedidos ao tribunal para acessar todo o dinheiro. Mas com a vigilância que a Rússia começou a implementar em transações de criptomoedas, esse trabalho pode ficar mais fácil.

Além disso, o ex-investigador também passou alguns BTC para membros da família, de acordo com as autoridades. Por isso, o gabinete do Procurador-Geral da Rússia abriu um processo contra Tambiev e um de seus tios. 

Imitando os EUA

Recentemente, surgiram notícias de que o Departamento de Justiça dos EUA recebeu autorização para liquidar até 69.000 BTC no valor de cerca de US$ 6,5 bilhões, muitas das quais vieram de apreensão no extinto site Silk Road. Portanto, a Rússia está seguindo o mesmo caminho ao vender a mercado Bitcoins oriundos de atividades criminosas.

Os legisladores russos também fizeram uma proposta semelhante a dos EUA para criar uma reserva nacional de BTC, encorajados pelo apoio público do presidente Vladimir Putin ao ativo durante um fórum de investimentos em Moscou.

Por fim, este não foi o único crime envolvendo criptomoedas a ganhar destaque na Rússia. Em outubro, autoridades do país prenderam a “rainha das criptomoedas” sob suspeita de aplicar fraudes milionárias em seguidores nas redes sociais.

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  • 13 de Janeiro, 2025