Drex: seu principal objetivo é a tokenização de ativos?
Governos em todo o mundo estão desenvolvendo ativos conhecidos como CBDC, ou Moeda Digital de Banco Central. No Brasil, não é diferente.
O Drex, também conhecido como Real Digital, está sendo testado pelo Banco Central do Brasil (BCB). Por meio do Drex, o sistema financeiro nacional deverá dar o próximo passo rumo à digitalização do dinheiro e espera-se que ele traga mais segurança, agilidade e taxas de transação mais acessíveis.
Além de servir como uma opção ao Real para pagamentos e recebimentos, o ativo também deve permitir outras possibilidades de negociações com o uso da tokenização de ativos.
Drex como base para a tokenização de ativos
Desde as discussões iniciais e de planejamento, iniciadas em 2018, o BCB busca opiniões de especialistas para definir as diretrizes e os objetivos do projeto. Em 2022, foi lançado o programa Lift Challenge, no qual empresas de todo o Brasil puderam sugerir aplicações inteligentes para o mercado financeiro, incluindo melhorias ou funcionalidades específicas para o Real Digital.
Por se tratar de uma moeda nativamente digital, o Drex oferece uma base sólida para a tokenização de ativos do mundo real, tais como imóveis, direitos creditórios, veículos, entre outros. Não se trata, portanto, de uma simples representação digital do real, e sim de um ecossistema construído para comportar outras funcionalidades.
A moeda digital está sendo construída em ecossistema blockchain, o que facilita a interoperabilidade entre outras redes. Por meio de pontes (bridges), será possível trocar informações com outros ambientes financeiros descentralizados e distribuídos de maneira segura e monitorada.
Esta integração com contratos inteligentes (smart contracts) permite que empresas voltadas a negócios blockchain ofereçam produtos e serviços financeiros de acordo com as normas legais de forma simplificada.
Privacidade e segurança
Uma fase adicional de testes foi implementada ao Drex em 2024 para garantir a privacidade dos dados dos usuários. Segundo o Instituto Propague, a iniciativa está de acordo com as diretrizes do Banco de Compensações Internacionais (BIS), a mais antiga instituição financeira internacional em atividade.
Afinal, o ativo está sendo desenvolvido em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Além disso, o Drex quer que o sigilo bancário seja garantido, fazendo com que transações e destinatários sejam confidenciais e jamais compartilhados de maneira indevida.
Atualmente, o BCB está testando tecnologias de preservação de privacidade proporcionadas pela blockchain e, com isso, toda transação feita por meio do novo dinheiro digital terá seus dados protegidos contra acessos não autorizados.
Mas este é o principal objetivo do Drex?
Embora a tokenização financeira seja uma funcionalidade importante do Drex, ela é um objetivo secundário do BCB. Na verdade, a meta do governo é criar uma plataforma para serviços financeiros inovadores e inclusivos, capazes de alcançar todas as camadas sociais.
É importante mencionar que o Drex será complementar ao Pix, permitindo formas de pagamento mais complexas, tais como pagamentos condicionais, negociações de ativos tokenizados de maneira integrada e fracionamento de ativos.
O Transfero Checkout, sistema de pagamentos para empresas, integrará o BRZ ao Drex para contribuir com a construção de um ecossistema financeiro digital mais eficiente e alinhado com as regulamentações.
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