Worldcoin contraria suspensão e mantém pagamentos em criptomoedas por registro de íris no Brasil
No início desta semana, o governo brasileiro abriu investigações contra a Tools for Humanity (TFH), empresa por trás da controversa Worldcoin. Contudo, mesmo após as advertências, a empresa aparentemente segue operando e prometendo os pagamentos em troca dos dados de seus voluntários.
Emissora da criptomoeda Worldcoin (WLD), a TFH realiza o escaneamento da íris ocular dos voluntários com o objetivo de criar uma identidade única e inviolável. Como incentivo, a empresa paga 25 WLD para cada usuário logo após o registro e, ao longo de um ano, os depósitos acumulam um total de 48,5 WLD. Ou seja, cerca de R$ 528 com base na cotação atual do token.
Por enquanto, a TFH realiza o serviço de escaneamento e coleta dos dados apenas na cidade de São Paulo. O governo solicitou que a empresa paralisasse os pagamentos no dia 25 de janeiro, conforme noticiou o CriptoFácil. Mas na segunda-feira (27), a empresa continuava oferecendo o serviço, contrariando a decisão.
Controvérsia de dados da Worldcoin
A prática da TFH despertou a atenção da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que abriu investigações contra a empresa. O objetivo do órgão ligado ao Governo Federal é avaliar os riscos que a prática oferece ao tratamento dos dados dos usuários, sobretudo em cinco pontos:
- Contexto das atividades de tratamento de dados;
- Base legal para o tratamento das informações;
- Transparência no uso dos dados;
- Medidas de segurança adotadas;
- Impacto do tratamento de dados em crianças e adolescentes.
Segundo a ANPD, a compensação financeira oferecida pode influenciar a decisão do titular de dar ou não consentimento para coleta de seus dados. Mas o órgão alega falta de transparência quanto ao que a TFH faz com os dados.
Já a empresa afirma que a decisão da ANPD se baseou em “desinformação” e “relatos imprecisos” sobre o funcionamento da tecnologia, e enviou os dados solicitados pelo órgão.
Conforme destaca a Worldcoin, essa tecnologia permite comprovar que o usuário é um “ser humano único”, já que a íris ocular não pode ser falsificada. A empresa afirma que sua proposta de identificação promove maior segurança digital, fornecendo uma proteção ainda mais segura contra fraudes e uso indevido de dados.
De acordo com a empresa, existem cerca de 50 pontos de coleta de dados em São Paulo, dos quais pelo menos três seguem ativos mesmo após a ordem de suspensão. Uma matéria do G1 afirma que os locais estavam com pouco movimento, mas o atendimento continua acontecendo normalmente.
Além disso, o portal conversou com uma atendente da empresa que não quis se identificar, mas disse que não houve nenhuma orientação sobre suspensão de pagamentos. Já a TFH afirma que enviou todos os dados solicitados pela ANPD e “segue operando legalmente” enquanto aguarda a decisão judicial definitiva.
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