Bitcoin mostra resiliência em meio à crise global, aponta Binance Research

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Um relatório recente, publicado pela Binance Research, revela dados importantes sobre o desempenho do Bitcoin durante o recente cenário de tensões comerciais globais. O estudo analisa os efeitos das tarifas impostas pelos EUA e retaliações internacionais nos mercados financeiros, especialmente em relação ao Bitcoin. Conforme revela o documento, o Bitcoin mostrou-se bastante resiliente diante de um cenário desafiador.

De acordo com os dados, entre janeiro e abril de 2025, o Bitcoin apresentou queda de 19,1%. Embora expressiva, essa queda é menor que a maioria dos ativos do mercado. No mesmo período, o setor de criptomoedas recuou 25,9%, em grande medida, puxado pelo Bitcoin, haja vista que o ativo é o maior em valor de mercado.

Por outro lado, as altcoins tiveram desempenho significativamente pior que a criptomoeda mais valiosa. O Ethereum, por exemplo, caiu 44,1%, as memecoins despencaram 58,1% e tokens de Inteligência Artificial perderam 52,5% de valor. No mesmo período, o índice S&P 500 registrou queda de 17,1%.

O gráfico apresenta as probabilidades de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve em incrementos de 25 pontos-base (0,25%). Segundo os dados, há 34,1% de probabilidade para um único corte, 36,5% para dois cortes, 11,5% para três cortes e apenas 1,3% para quatro ou mais cortes de juros. O eixo vertical mostra a escala de probabilidade de 0% a 40%, enquanto o eixo horizontal lista as possibilidades de quantidade de cortes, variando de um até cinco ou mais. A análise revela que a maior parte do mercado (36,5%) espera dois cortes de 0,25% cada, seguido por 34,1% que projeta apenas um corte, indicando cautela nas expectativas de flexibilização monetária.
Guerra tarifária fez aumentar previsão de cortes de juros em 2025, de 1 para 4.. Fonte: Binance Research

Bitcoin mostra resiliência

O estudo também trouxe dados reveladores sobre a relação da volatilidade do BTC com outras criptomoedas. Enquanto o BTC experimentou picos de volatilidade superiores a 70% durante os anúncios tarifários, a segunda maior criptomoeda do mercado, o Ethereum, chegou a superar a marca dos 100%.

Além disso, os dados trouxeram mais um paralelo importante. A correlação de 30 dias entre Bitcoin e S&P 500 subiu para 0,47 em março. Enquanto isso, a correlação com ouro tornou-se negativa (-0,22), indicando alinhamento temporário com ativos de risco tradicionais.

Isso quer dizer que, quando as ações sobem, o Bitcoin tende a subir. Por outro lado, quando elas caem, o BTC também recua. Isso indica que, no momento, investidores estão tratando o Bitcoin como um ativo de risco – semelhante a ações de empresas. Esse tratamento como ativo de mercado já havia sido destaca por um relatório recente da CryptoQuant, que traçou o mesmo paralelo, mas em relação aos ETFs de Bitcoin.

Expectativa com o FED

Por fim, o relatório aponta que os próximos dias podem ser decisivos para o setor. Isso porque a reunião do FOMC prevista para os dias 18 e 19 de março pode trazer informações cruciais.

Se o órgão constatar que a inflação está sob controle, poderá sinalizar cortes nas taxas de juros. Esse cenário é historicamente positivo para ativos de risco como o Bitcoin, pois injeções de liquidez no mercado costumam impulsionar a demanda por criptomoedas.

Por outro lado, se as pressões inflacionárias persistirem, o Fed pode manter os juros altos por mais tempo, o que tende a limitar a recuperação dos ativos digitais no curto prazo. Dados de emprego e inflação serão cruciais para a decisão do Fed.

Qualquer sinal de desaceleração econômica pode acelerar os cortes de juros. Desse modo, o impacto das tarifas nos preços domésticos será um fator-chave. Economistas consultados no estudo estimam que uma guerra comercial prolongada poderia custar à economia global até US$ 1,4 trilhão em produção perdida.

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  • 8 de Abril, 2025