Transações com stablecoins superam Visa no primeiro trimestre, diz Bitwise
O mercado de criptomoedas surpreendeu no primeiro trimestre de 2025. Mesmo com queda nos preços dos ativos, as stablecoins movimentaram mais transações do que a Visa, uma das maiores redes de pagamento do mundo. A informação aparece no mais recente relatório trimestral da Bitwise, uma das principais gestoras de índices cripto.
De acordo com Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, as transações com stablecoins ultrapassaram as da Visa pela primeira vez.
“O volume aumentou mais de 30% em relação ao trimestre anterior, o que representa um salto inédito”, explicou Hougan.
Ele considera esse avanço um marco para o setor cripto, mesmo num período de alta volatilidade.
Além disso, o valor total sob gestão em stablecoins atingiu um recorde histórico de US$ 218 bilhões, com crescimento de 13,5% no trimestre. Até abril, esse número já havia subido para US$ 237 bilhões.
“Por maior que você ache que será esse mercado, provavelmente está pensando pequeno”, comentou Hougan em publicação na rede X.
Transações com stablecoins em crescimento
Esse avanço acontece em um cenário político favorável. A eleição de um presidente pró-cripto nos Estados Unidos e a retirada de processos da SEC contra grandes empresas do setor criaram um ambiente de maior confiança. Hougan destaca que, apesar da queda nos preços, “do ponto de vista regulatório, o trimestre foi historicamente positivo”.
O relatório da Bitwise também aponta forte alta no mercado de ativos reais tokenizados (RWA). O valor subiu de US$ 14 bilhões para US$ 19 bilhões em três meses, impulsionado principalmente pela procura por títulos do Tesouro americano tokenizados, que saltaram de US$ 2 bilhões para quase US$ 4,5 bilhões.
Na área de investimentos, os projetos de DeFi também ganharam destaque, com o segundo maior volume de aportes da história do setor. Duas das maiores rodadas do trimestre foram focadas nesse segmento: a World Liberty Financial, ligada à família Trump, captou US$ 590 milhões, enquanto a Ethena levantou US$ 100 milhões para desenvolver stablecoins com rendimento sintético.
No total, os projetos de finanças descentralizadas responderam por 18% dos investimentos. Serviços financeiros cripto lideraram com 58%, seguidos por infraestrutura (18%) e tokenização (5%).
Com os dados do primeiro trimestre, fica evidente que as stablecoins não apenas ganharam espaço — elas já disputam diretamente com grandes sistemas de pagamento globais. O crescimento expressivo, aliado a um ambiente regulatório mais receptivo, pode indicar uma nova fase de adoção em massa.
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