Como o Rio de Janeiro se destaca no mercado tech na América Latina
Muitas iniciativas têm sido desenvolvidas no estado do Rio de Janeiro para transformá-lo em referência nacional em tecnologia. O Porto Maravalley é um dos destaques e busca reunir negócios voltados à Web 3.0, renovando a região portuária do Centro do Rio para garantir segurança, conforto e acessibilidade.
Especialistas se reuniram em um painel da Transfero, no Websummit Rio 2025, a fim de discutir sobre a necessidade de mudanças profundas tecnológica e culturalmente para levar a região para um próximo nível.
Mudança de perspectiva
“Em termos de infraestrutura, o Rio ainda peca muito. As pessoas se conectam para fazer alguma coisa, mas é difícil sair do papel. É necessária uma mudança de cultura”, comentou Dan Yamamura, fundador da BRX Finance.
Questões sócio-econômicas cobraram seu preço ao longo das décadas, o que fez com que empresas abandonassem o solo carioca e buscassem outras regiões, dentro e fora do país. Por outro lado, Marcelo Sampaio, um dos fundadores da Hashdex, tem uma visão mais otimista em relação ao que está sendo elaborado:
“Segundo dados recentes, o bairro de Pinheiros (SP) teve cerca de 1.200 assaltos, enquanto no Leblon, no mesmo período, houve 87. Há uma falsa impressão de que o Rio é um lugar extremamente perigoso, mas as coisas não são bem assim. Muitos estão começando a perceber essa realidade e, por esse motivo, mais negócios estão sendo sediados aqui.”
Assim como São Paulo e outras grandes capitais, o Rio de Janeiro está se preparando para abrigar empresas dos mais variados portes. “A indústria blockchain tem grandes possibilidades de crescer no Rio. Trata-se de uma tecnologia global, que traz consigo uma mentalidade de inovação e renovação”, observou Yamamura.
O perfil ideal para o Rio de Janeiro
Aaron Stanley, do Brazil Crypto Report, acredita que boa parte dos profissionais cripto mais engajados podem ser enquadrados como “nômades digitais”: indivíduos que são capazes de viver e trabalhar em qualquer lugar do mundo sem dificuldades.
Esses indivíduos são os responsáveis por lançar fintechs e outros negócios vinculados a ativos virtuais, muitas vezes dispondo de menos recursos que empresas tradicionais. A inteligência artificial (IA), soluções low-code e/ou codeless e outras tecnologias democratizam o acesso aos negócios, e esse poderia ser um dos pontos focais do governo do estado carioca.
Francisco Carvalho, fundador do Blockchain Rio, vê grande potencial no mercado de tokenização de ativos reais (RWA). “Por exemplo, a Agrotoken está tokenizando bilhões de dólares em commodities, e o Brasil é um dos protagonistas globais nesse sentido”, comentou.
O fim dos ETFs?
Sampaio fez uma afirmação curiosa durante o evento: “Os ETFs deixarão de existir. Não se enganem em relação a isso”. A razão, segundo ele, é relativamente simples: no lugar de representações de assets digitais em plataformas tradicionais, a tokenização de bens reais tomará o seu lugar, assim como Carvalho mencionou anteriormente.
Os ETFs são formados por cestas de ativos, o que pode limitar a exposição dos investidores em relação a ativos específicos. Além da granulação, a redução de intermediários e de custos de transação e de infraestrutura são igualmente atraentes tanto aos empreendedores como aos acionistas.
Além do mais, produtos de investimento podem ser mais personalizáveis por meio de tokens RWA. Nesse sentido, o mercado carioca pode tirar bastante proveito da infraestrutura que está sendo executada, tanto pelo governo estadual como por entusiastas que veem no Rio um mar de possibilidades para além das belas praias e pontos turísticos internacionalmente queridos.
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