Dificuldade de mineração do Bitcoin tem mais queda desde banimento da China
O novo ajuste de dificuldade na mineração de Bitcoin (BTC) trouxe uma queda de 7,5% na dificuldade de mineração, de acordo com dados do site Mempool. Essa foi a maior queda na mineração desde julho de 2021, quando a China baniu as atividades dos mineradores no país.
No último domingo (29), o ajuste de dificuldade ocorreu na altura do bloco 903.168. Com isso a dificuldade caiu de 126,41 trilhões de hashes para 116,96 trilhões, de acordo com dados do explorador. Essa foi a maior queda em 2025 e fez a dificuldade cair ao menor nível desde 5 de abril, quando chegou a 121,13 trilhões.
A dificuldade de mineração de Bitcoin não é expressa em unidades específicas. É uma medida relativa de quão difícil é minerar um novo bloco em comparação com o nível mais fácil que poderia ser. A dificuldade se ajusta automaticamente a cada 2016 blocos — aproximadamente duas semanas — para garantir que, em média, um novo bloco seja encontrado a cada 10 minutos, independentemente de quantos mineradores estejam minerando ativamente.

Segundo o painel da Clark Moody’s, antes do ajuste de domingo, o tempo de cada bloco era de 10 minutos e 38 segundos. Ou seja, um pouco acima do esperado, o que tornava um ajuste negativo esperado. Mas a intensidade surpreendeu muitos, que esperavam uma queda menor.
Quanto maior a dificuldade, mais poder computacional e energia um minerador precisa para encontrar o hash correto para o próximo bloco. Quando há um aumento no número de mineradores, a dificuldade de mineração de Bitcoin aumenta.
Por outro lado, se houver uma diminuição no número de mineradores competindo para encontrar novos blocos, o protocolo reduz a dificuldade de mineração, facilitando a descoberta de blocos pelos mineradores restantes.
Dificuldade de mineração do Bitcoin
A queda na dificuldade representa a maior queda desde julho de 2021, após a proibição da mineração de Bitcoin na China. O gigante asiático proibiu as atividades dos mineradores em junho, levando a um grande êxodo de máquinas do país. Um mês depois, o poder de processamento da rede (hashrate) caiu 28%.
Na época, o preço do bitcoin caiu para cerca de US$ 34.000, depois de registrar a máxima histórica de US$ 60.000 em abril daquele ano. Em 2022, a dificuldade de mineração chegou a cair 7% durante o ciclo de baixa do mercado.
A China impôs uma proibição abrangente à mineração de criptomoedas em 2021, citando preocupações com o consumo de energia. Isso fez vários mineradores saírem do país e levou o centro da atividade para os Estados Unidos. Rússia, Cazaquistão e países vizinhos dos chineses também receberam um grande fluxo de mineradores.
A repressão começou em maio e se intensificou rapidamente à medida que as autoridades paralisaram as operações de mineração em grandes centros como Sichuan e Xinjiang. Na época, a China era responsável por mais de 60% do hashrate global do Bitcoin, o que desencadeou uma queda acentuada na atividade da rede.
Com a última queda, o hashrate médio total da rede caiu de cerca de 902 exahashes por segundo (EH/s) para 838 EH/s antes do ajuste de dificuldade. No entanto, com o tempo médio de bloco atualmente em 8 minutos e 24 segundos, um ajuste substancial para cima pode ocorrer, à medida que a taxa de hash aparentemente se recupera.
Virada para os EUA
Com o banimento chinês, o estado do Texas, nos EUA, emergiu como um polo importante. De todas as regiões dos EUA, o estado da estrela solitária recebeu a maior parte dos exilados da China.
Na época, os mineradores argumentando na época que a mineração é tão boa para o Texas quanto o Texas é para os mineradores. De acordo com eles, a flexibilidade do uso de eletricidade pelo setor poderia fortalecer a rede elétrica do estado, reduzindo a demanda durante os picos e injetando-a durante as baixas.
Isso de fato aconteceu, e a queda na dificuldade da mineração de Bitcoin no domingo provavelmente foi motivada por essa redução nos locais de mineração dos EUA. É verão no hemisfério norte e os mineradores costumam desligar suas máquinas para não sobrecarregar a rede elétrica.
Trata-se de um acordo tácito entre mineradores e o governo do estado. As autoridades texanas incentivam os mineradores de Bitcoin a reduzir a atividade durante os meses quentes. Em troca, os mineradores recebem créditos de energia lucrativos para utilizar em outros períodos do ano.
Após o ajuste de dificuldade negativo, o preço do hash voltou a subir para US$ 60 por PH/s ao dia (US$ 0,05 por TH/s por dia), proporcionando um alívio temporário para os mineradores que permaneceram na rede, que agora ganham mais com sua taxa de hash do que antes da queda.
No entanto, à medida que mais máquinas voltam a operar, é provável que esse valor caia novamente, continuando sua tendência de queda. Houve especulações de que a queda na dificuldade ocorreu porque o Irã minerava Bitcoin nas instalações nucleares atacadas pelos EUA, mas não existe confirmação disso.
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