Austrália libera uso de Bitcoin como garantia em financiamento imobiliário
Comprar um imóvel com Bitcoin como garantia já é realidade na Austrália. A fintech local Block Earner lançou o primeiro programa de financiamento habitacional lastreado em criptoativos do país, permitindo que os compradores usem seu saldo em BTC como garantia de entrada na compra da casa própria, sem precisar vender suas moedas.
A iniciativa oferece aos clientes a possibilidade de financiar até 50% do valor do imóvel, com o Bitcoin servindo como colateral do empréstimo. Os ativos ficam sob custódia da empresa Fireblocks, especializada em segurança digital. As parcelas do empréstimo podem ser quitadas tanto em dinheiro quanto em criptomoeda, e não há penalidades para quem decidir quitar a dívida antecipadamente.
Para proteger o sistema da volatilidade natural do Bitcoin, a Block Earner estipulou um limite de 60% na razão empréstimo-valor (LVR). Isso significa que, em caso de forte desvalorização da criptomoeda, o cliente precisa restabelecer a margem de segurança em até 30 dias. Ele pode fazer isso de três formas: pagando parte do valor em moeda fiduciária, adicionando mais colateral em Bitcoin ou completando o valor com novas moedas. Caso o cliente não reaja no prazo, a empresa realiza uma venda parcial do BTC, sem nunca comprometer o imóvel.
Bitcoin como garantia

De acordo com os executivos da fintech, o objetivo é oferecer mais liberdade financeira para investidores em criptomoedas. A ideia é permitir que eles acessem o mercado imobiliário sem abrir mão de seus ativos digitais, que podem continuar valorizando enquanto garantem a operação.
Essa novidade coloca a Austrália na vanguarda de soluções que unem o mercado tradicional ao universo cripto. Mas o país não está sozinho. Em Portugal, bancos já aceitam rendimentos em Bitcoin para aprovar crédito imobiliário, desde que o cliente comprove a origem e estabilidade dos ganhos. Nos Estados Unidos, empresas como a Milo Credit oferecem hipotecas com colateral em Bitcoin, operando em estados onde há regulamentação mais aberta à inovação financeira.
No Brasil o Bitcoin pode ser usado como colateral para empréstimos, mas ainda não é possível seu uso em financiamentos. Esses modelos vêm ganhando força porque permitem que o investidor cripto mantenha sua exposição ao ativo digital enquanto conquista patrimônio no mundo real. Além disso, são soluções que contornam o problema da venda de BTC para conversão em moeda local — operação que muitas vezes gera impostos e perda de potencial de valorização futura.
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