China tem mais Bitcoin em suas reservas do que a MicroStrategy, diz CEO da CryptoQuant

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China tem mais Bitcoin em suas reservas do que a MicroStrategy, diz CEO da CryptoQuant

A empresa de tecnologia dos Estados Unidos, MicroStrategy, ganhou fama após ser a primeira a comprar Bitcoin (BTC) para fazer parte de suas reservas. Liderada pelo fundador e ex-CEO Michael Saylor, essa estratégia fez da empresa a companhia com o maior estoque de BTC no mundo.

No entanto, existe um país que recentemente proibiu o uso do BTC, mas que hoje possui mais reservas da criptomoeda do que a MicroStrategy. Este país é a China.

Mesmo após banir as negociações e a mineração de BTC em 2021, a China tem destaque como o país que possui a maior quantidade de BTC. De acordo com Ki Young-ju, CEO da CryptoQuant, o governo chinês possui exatos 194.775 em suas reservas.

Contudo, o gigante asiático não aparece na lista de países com as maiores reservas da criptomoeda no Bitcoin Treasuries, lista que tem a Ucrânia na liderança.

Países com as maiores reservas de BTC no mundo. Fonte: Bitcoin Treasuries.Mas se a China tem tantos BTC em caixa, de onde eles vieram e como chegaram nas mãos chinesas? E o governo ainda possui todo esse capital?

Apreensões bilionárias

Na quarta-feira (2), Young-ju revelou o que seria um fato pouco conhecido: o governo chinês parece ter mais BTC do que a MicroStrategy. De acordo com o executivo, porém, a China não comprou os 194.775 BTC, mas sim apreendeu.

O dinheiro veio de uma grande operação realizada pelo governo chinês contra o PlusToken, uma organização acusada de promover esquemas de pirâmide. Na ocasião, o CriptoFácil relatou o fato, que ocorreu em 2019,

De acordo com Young-ju, todo o dinheiro parou no Tesouro Nacional chinês, que rege o orçamento do país. Além dos BTC, o governo da China obteve 833.083 ETH, 1,4 milhão de Litecoin (LTC), 27,6 milhões EOS, 74.167, entre outras criptomoedas.

Governo vendeu ou não?

Na época da apreensão, o valor total correspondia a cerca de R$ 20 bilhões, mas agora é avaliado em R$ 24 bilhões por causa da valorização das criptomoedas. Young-ju afirma que a China jamais vendeu o produto dessa apreensão e que os BTC ainda estariam com o governo.

Mas o status atual dessas criptomoedas é desconhecido. O governo chinês não informou se vendeu as criptomoedas, se devolveu para as vítimas do PlusToken ou se deu outro destino a elas.

De acordo com as autoridades da China, o PlusToken esquema Ponzi que desviou de US$ 2 bilhões a US$ 2,9 bilhões entre 2018 a 2019. Isso colocaria o esquema entre os maiores da história envolvendo criptomoedas.

Em 2020, um tribunal chinês destacou então que os tokens apreendidos “seriam processados ​​para as leis” e “mandados para o tesouro nacional”. Desde então, não se soube mais nada a respeito do destino dessa pequena fortuna.

Só que a história pode ser bem diferente, conforme revelado por um analista da Oxt ainda em 2019. A Oxt possui um explorador de blocos, ferramenta utilizada para analisar transações de criptomoedas. E nessas análises, a sua equipe descobriu uma série de grandes movimentações on-chain para as exchanges Huobi e OKx.

Essas análises indicam que o governo chinês enviou os fundos para as exchanges com o objetivo de vendê-los a mercado. Portanto, é improvável que a China ainda tenha posse dos 194 mil BTC, como alega o CEO da CryptoQuant.

Mesmo assim, Young-ju sustenta sua análise e foi além, compartilhando um texto no qual afirma que o governo da Bulgária possuiria mais de 200 mil BTC como reserva.

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  • 3 de Novembro, 2022