Protocolos DeFi ganham espaço enquanto exchanges centralizadas sofrem ondas de saques
Enquanto o mercado de exchanges sofre os efeitos do colapso da FTX, os protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) estão crescendo em popularidade. Nesse sentido, a entrada de fundos nesses protocolos aumentou nos últimos dias.
De acordo com a plataforma de análise de dados Nansen, praticamente todos os protocolos DeFi experimentaram um crescimento percentual de dois dígitos em usuários e transações nos últimos sete dias. Nomes como DeFi Swap e a dYdX cresceram mais de 100%
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Crescimento de protocolos DeFi. Fonte: Nansen.
Por exemplo, a dYdX cresceu 99% em número de usuários, enquanto as transações subirem 136%. Já a DeFi Swap cresceu 104% em usuários e 140% em transações.
O crescimento se reflete nos nos tokens ligados ao ecossistema DeFi. O DYDY subiu 77% até a terça-feira (15), enquanto o token da FTX (FTT) desabou mais de 90%. No mercado de DeFi, 88% dos perderam valor, mas o token da dYdX seguiu na contramão.
A Aave, protocolo de empréstimos descentralizado, aumentou os usuários em 70% e as transações em 99%. O movimento reflete a busca do mercado por opções mais seguras para negociar seu tokens e, ao mesmo tempo, mantendo a custódia consigo.
“À medida que vemos o contágio do FTX se desenrolar, os usuários percebem a importância da autocustódia e da transparência que os protocolos DeFi oferecem. Como tal, as métricas de uso nos protocolos DeFi aumentaram”, disse Walter Teng, vice-presidente de estratégia de ativos digitais da Fundstrat Global Advisors.
Uniswap mostra crescimento
Embora a confiança nas exchanges centralizadas tenha caído drasticamente após a queda do FTX, a Uniswap, a maior exchange descentralizada de criptomoedas, experimentou um aumento de 19% em usuários e 21% em transações nos últimos 30 dias, segundo os dados da Nansen.
O volume de negociação de Ether (ETH) na Uniswap atingiu US$ 900 bilhões nas últimas 24 horas. De acordo com o CoinGecko, este valor é maior do que o volume de ETH negociado na Coinbase, OKX e Gate.io, juntas.
Além disso, o número de novas carteiras de transações diárias do aplicativo da Uniswap chegou a 55.550, o maior número registrado em 2022.“Autocustódia e transparência estão em demanda e os usuários estão migrando para o que conhecem e confiam”, disse a Uniswap no Twitter.
Exchanges centralizadas sofrem onda de saques
Ao passo que as DeFi cresceram, as exchanges centralizadas (CEX) experimentaram um êxodo em massa de criptomoedas. Conforme noticiou o CriptoFácil, essas plataformas perderam mais de R$ 42 bilhões desde o colapso da FTX.
Entre as CEX, a Binance experimentou a maior saída líquida de criptomoedas: seus clientes retiraram aproximadamente US$ 1,44 bilhão nos últimos 7 dias. Isso significa que os usuários da Binance removeram US$ 1,44 bilhão a mais do que depositaram.
A OKX ficou em segundo lugar com um fluxo líquido negativo de US$ 1,24 bilhão, enquanto a FTX tem a terceira maior saída líquida de US$ 900 milhões. Cabe frisar que a FTX chegou a bloquear saques, o que limitou as retiradas de criptomoedas em sua plataforma.
Por fim, a Kraken sofreu uma saída líquida de US$ 586 milhões.
Fluxo de saída de criptomoedas das exchanges centralizadas. Fonte: Nansen.
De acordo com a Nansen, as maiores CEX do mercado (Binance, OKX, FTX, Kraken, KuCoin, Coinbase, Huobi, Gate.io, Gemini, Paxos, FTX US e Crypto.com) tiveram uma saída líquida combinada de US$ 6,33 bilhões nos últimos sete dias. Os usuários depositaram US$ 42,03 bilhões nessas bolsas, mas retiraram US$ 48,35 bilhões.
As saídas significativas provavelmente destacam a falta de confiança do usuário e a confiança em manter fundos em exchanges centralizadas.