Alibaba pressiona China a combater dólar com stablecoins do yuan

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A disputa pelo controle do comércio internacional agora passa pelo campo das moedas digitais estáveis (stablecoins). Em meio à ascensão de stablecoins atreladas ao dólar, o Ant Group, braço financeiro do Alibaba, iniciou uma campanha para convencer o governo chinês a reagir.

A empresa lidera uma iniciativa para desenvolver stablecoins lastreadas em yuan, com o apoio da JD.com, outro gigante do varejo e da tecnologia na China. Desse modo, as duas companhias abriram diálogo direto com o Banco Popular da China (PBOC) para impulsionar a criação desses ativos, começando pela Região Administrativa Especial de Hong Kong.

A partir de 1º de agosto, entra em vigor uma nova lei em Hong Kong que regulamenta a emissão e a operação de stablecoins. Isso abre caminho para a emissão de moedas digitais com lastro no yuan em um ambiente legal mais favorável e globalizado.

O objetivo é claro: combater o avanço do dólar digital no comércio internacional. Hoje, stablecoins como Tether (USDT) dominam mais de 60% do mercado, o que fortalece ainda mais o papel do dólar no cenário global.

De acordo com executivos das empresas envolvidas, o uso contínuo de stablecoins baseadas no dólar coloca em risco a internacionalização do yuan. Mesmo o dólar de Hong Kong, considerado uma opção neutra, mantém paridade com o dólar americano, o que acaba por reforçar a dependência cambial.

Stablecoins para fortalecer a China

Nesse sentido, o presidente da JD.com, Richard Liu, anunciou que a empresa pretende solicitar licenças para emissão de stablecoins em Hong Kong, Cingapura e outras economias-chave, como forma de ampliar o uso do yuan em transações internacionais. O Ant Group segue caminho semelhante, com projetos de emissão de stablecoins para o varejo global e operações de câmbio.

Huang Yiping stablecoin na China
Imagem: scmp

O ex-vice-governador do Banco da China, Wang Yongli, alertou que a falta de alternativas competitivas ao dólar digital pode representar um risco estratégico para a moeda chinesa. Além disso, o presidente da corretora HashKey, Xiao Feng, afirmou que cada vez mais exportadores chineses aceitam USDT como forma de pagamento.

Diante disso, o governo chinês estuda permitir a emissão de stablecoins em yuan fora do território continental, usando Hong Kong como ponte regulatória para o restante do mundo. De acordo com Huang Yiping, consultor do PBOC, essa é uma possibilidade real e estratégica.

Enquanto a China se movimenta, os Estados Unidos avançam com regulações para consolidar seu domínio digital. O Senado americano aprovou recentemente a lei GENIUS, que exige que todas as stablecoins emitidas no país sejam 100% lastreadas em dólares ou ativos líquidos equivalentes.

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  • 4 de Julho, 2025