América Latina movimentou R$ 2 trilhões em criptomoedas, segundo Chainalysis
A Chainalysis, em seu relatório mais recente, 2024 LATAM Crypto Adoption: The Rise of Stablecoins, trouxe informações sobre o aumento na adoção das criptomoedas na América Latina, com um foco especial nas stablecoins.
Somados, os países analisados pela agência movimentaram em torno de US$ 415 bilhões (R$ 2,07 trilhões, segundo a cotação atual) em criptomoedas entre julho de 2023 e junho de 2024. A América Latina é a responsável por 9,1% de todas as operações com ativos digitais no mundo, ficando à frente do Leste Asiático.
Trata-se da segunda região com maior crescimento anual no setor, registrando aproximadamente 42,5%. A Argentina lidera o ranking de movimentações financeiras (US$ 91,1 bilhões), logo à frente do Brasil (US$ 90,3 bilhões).
Tanto aqui quanto nos “los hermanos”, o uso das stablecoins vem aumentando substancialmente. Isso se deve ao fato de bancos e demais instituições financeiras estarem cada vez mais atrelados aos novos produtos e serviços oferecidos pela tecnologia blockchain.
Segundo o Índice de Adoção Global da Chainalysis, quatro – dos 20 países com maior nível de adoção de ativos digitais – estão na região: Brasil (9), México (13), Venezuela (14) e Argentina (15).
Stablecoins em franco crescimento
Existe um contraste na negociação de stablecoins em exchanges regionais. No caso do Brasil, a movimentação desses ativos tem aumentado cerca de 207% ano a ano (YoY), superando o crescimento médio de ativos como bitcoin, ether e outras altcoins no mesmo período analisado.
Sendo assim, as stablecoins representam 70% da participação dos fluxos indiretos das exchanges locais brasileiras para as globais, como Binance, Kraken e OKX. Esse fenômeno tem chamado a atenção de grandes nomes da tecnologia, como a Circle, que anunciou seu lançamento oficial no país em maio deste ano.
A presença de empresas estrangeiras no país se deve à construção de uma base regulatória, bem como a políticas pró-inovação. Por exemplo, o Cripto Conforme está em processo de estudo e visa assegurar que as intermediárias de pagamentos com criptomoedas atuem de acordo com as normas fiscais e regulatórias.
Atividades institucionais em foco
Embora a atividade institucional tenha caído no início de 2023, a tendência se reverteu no meio do ano, sugerindo um interesse renovado por grandes instituições financeiras. O valor mensal das transações de grande porte, oriundas desses grandes players, aumentou cerca de 29,2% entre os dois últimos trimestres de 2023 e 48,4% entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.
André Portilho, diretor de ativos digitais do BTG Pactual, disse que um dos fatores-chave é a diversificação de carteiras, motivada pelo amadurecimento do mercado.
“Os investidores estão cada vez mais integrando ativos digitais em suas estratégias de alocação de ativos, vendo-os como investimentos alternativos valiosos que oferecem o potencial de retornos aprimorados. A consolidação do Bitcoin e de outras criptomoedas como opções de investimento estabelecidas tem sido crucial nessa mudança”, explicou.
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