As vantagens e desafios de incluir criptomoedas no plano de aposentadoria

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Muitos brasileiros sonham com a estabilidade financeira. Pensando nisso, adotam estratégias de investimentos em Renda Fixa e Variável. Além de rendimentos a curto e médio prazo, também buscam planos de previdência para uma aposentadoria tranquila.

O que muitos não sabem é que as soluções previdenciárias dos governos e empresas privadas não se restringem mais a moeda fiduciária, sendo possível adicionar criptomoedas na reserva. Parte das soluções estão em desenvolvimento, mas a previsão é que os ativos digitais cada vez mais façam parte de planos para garantir a segurança financeira no futuro.

3 benefícios da previdência com criptomoedas

Caso esteja com dúvidas sobre as possibilidades de investir em criptomoedas, entenda as vantagens por trás dessa decisão:

Potencial de retorno

As criptomoedas têm um potencial de retornos superiores aos oferecidos pelo mercado financeiro tradicional. Com isso, muitos investidores poderão obter retornos mais expressivos em um espaço menor de tempo, caso o mercado permaneça deflacionário como de costume.

Segurança

No geral, as criptomoedas são extremamente seguras devido à criptografia, descentralização e transparência. O acesso à plataforma de gestão da previdência também pode ser construída de maneira sólida, capazes de resistir a roubos de chaves privadas, phishing, ataques DDoS e tantas outras vulnerabilidades de código.

Com isso, as aplicações podem oferecer maior segurança que plataformas restritas à movimentação de moedas fiduciárias. 

Diversificação

Um portfólio contendo vários ativos em vez de apenas um costuma ser mais sólido e rentável no longo prazo. Por se tratar de uma tecnologia inovadora, as criptomoedas ainda têm um terreno fértil para o seu crescimento e adoção, tornando-as uma aposta interessante para se ter na carteira.

3 desafios dos planos de previdência com criptomoedas

A intersecção entre criptomoedas e planos de previdência é um assunto discutido há bastante tempo, principalmente os riscos e desafios das autoridades governamentais e das instituições responsáveis pelos planos.

Algumas das barreiras enfrentadas são:

Alta volatilidade

Por se tratar de um mercado novo, as criptomoedas ainda passam por fortes variações nos preços. Esse tipo de oscilação, se não for bem controlada por parte das instituições financeiras, pode causar prejuízos econômicos aos seus usuários.

Escolha dos ativos para aposentadoria

Algumas considerações devem ser feitas em relação à segurança dos investidores, como a presença de ativos digitais recentes no portfólio. Como costumam ser mais voláteis do que as criptomoedas mais consolidadas do mercado, oferecem um grau maior de risco aos investidores. 

Questões regulatórias

A regulação de criptoativos no Brasil é uma das mais avançadas, com leis detalhadas e órgãos definidos para supervisionar o mercado, como o Banco Central e a CVM. Um exemplo desse pioneirismo é que a aprovação dos ETFs de bitcoin aconteceu em 2021, enquanto nos EUA isso só ocorreu em 2024.

Nos Estados Unidos, a situação é diferente. As duas principais agências reguladoras de ativos financeiros do país, a CFTC (Commodity Futures Trading Commission) e a SEC (Securities and Exchange Commission), têm visões distintas sobre as criptomoedas, criando diversos obstáculos para o desenvolvimento do setor de ativos digitais.

Enquanto isso, a União Europeia tem o MiCA (Markets In Crypto-Assets). Entretanto, apesar deste ser um marco regulatório importante, a falta de clareza do texto pode dificultar a implementação de planos de previdência envolvendo ativos digitais.

Casos reais de uso

Um bom exemplo do avanço do Brasil em relação à regulamentação das criptomoedas é a BB Seguros, do Banco do Brasil. Esse projeto permitirá que os correntistas da instituição invistam em criptomoedas em seus planos de previdência. 

Entretanto, a Hashdex, em parceria com a SulAmérica, foi a primeira empresa do Brasil a desenvolver um plano de fundo de previdência em criptomoedas. A Fidelity Investments, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, planeja aceitar Bitcoin para acrescentar ao portfólio dos seus clientes.

Além desse, outros produtos de previdência estão sendo desenvolvidos ao redor do mundo. Um dos mais famosos é o BitIRA, uma plataforma desenvolvida para que os usuários construam um plano de aposentadoria em bitcoin (BTC). Com isso, cabe ao investidor decidir quais opções de investimento deseja para otimizar os seus ganhos e monitorar o processo por meio de relatórios personalizados, gerados automaticamente pelo serviço.

Na Austrália, foi criado o Rest Super, um dos primeiros fundos de pensão a oferecer alocação de criptomoedas. Trata-se de uma iniciativa para complementar o portfólio, aumentando as possibilidades de ganhos fiduciários. 

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) emitiu um documento no qual explica que o Sistema de Aposentadoria do estado de Wisconsin poderia ter exposição de investimentos em criptomoedas através de duas grandes empresas de gestão de ativos digitais: a BlackRock iShares Bitcoin Trust (IBIT) e a Grayscale Bitcoin Trust (GBTC). 

Algumas exchanges, como Binance, Kraken e Coinbase, também já estão desenvolvendo seus próprios produtos financeiros para a aposentadoria. Algumas dessas soluções serão oferecidas em contas individuais, enquanto outras serão realizadas por meio de parcerias com outras instituições financeiras.

Vale a pena investir nestes fundos?

A decisão de investir em planos de previdência com criptomoedas pode ser interessante para diversificar o patrimônio e acelerar o rendimento do patrimônio. No entanto, é fundamental estar ciente dos riscos envolvidos nessas aplicações.

Por isso, é recomendável buscar auxílio de um especialista financeiro para entender se essa alternativa é compatível com a realidade do investidor ou não, principalmente se este não sabe as particularidades do universo cripto. A partir dessa avaliação, será possível traçar a melhor estratégia. 

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  • 3 de Setembro, 2024