Atualização Decum do Ethereum: crescimento de bots L2, mas falhas nas taxas preocupam
A recente atualização do Ethereum, conhecida como Dencun, implementada em março de 2024, trouxe uma série de consequências inesperadas para o ecossistema de blockchain.
De acordo com uma análise publicada em 21 de agosto pela empresa de investimento em criptomoedas Galaxy, a atualização, que reduziu as taxas de transação, resultou em um aumento significativo na atividade de bots e em uma alta taxa de falhas de transações nas redes de camada 2 (L2).
A atualização Dencun introduziu o EIP-4844, também conhecido como proto-danksharding, que permitiu o armazenamento temporário de dados para rollups, reduzindo a carga na camada de execução do Ethereum.
Embora essa mudança tenha dobrado a média diária de transações nas redes L2 para 6,65 milhões nos 150 dias seguintes à atualização, ela também desencadeou um aumento acentuado nas falhas de transações.
Christine Kim, pesquisadora da Galaxy, destacou em uma publicação no X (antigo Twitter) em 22 de agosto que o crescimento das transações falhas está diretamente relacionado à maior presença de bots nas redes de camada 2.
“As taxas baixas nas L2s estão incentivando a atividade de bots, o que, por sua vez, está contribuindo para o aumento das falhas de transação”, explicou Kim.
As redes L2 mais afetadas incluem a Base, que apresentou uma taxa de falhas de transações de até 21%, a Arbitrum, com uma taxa de 15,4%, e a OP mainnet, que atingiu até 10,4% de falhas. Esses números são especialmente preocupantes quando se considera que a maioria dessas falhas ocorre em endereços de alta atividade, possivelmente controlados por bots, que realizam mais de 100 transações diárias.
Ethereum
A pesquisa da Galaxy revelou que, em casos extremos, esses endereços de alta atividade na rede Base enfrentaram uma taxa de falhas de 41,6%, enquanto na Arbitrum e na OP mainnet essas taxas foram de 20,87% e 12,85%, respectivamente.
Em contrapartida, endereços de baixa atividade, que realizam cinco ou menos transações diárias, experimentaram taxas de falha significativamente menores, com um máximo de 4% em todas as redes observadas.
Enquanto muitos podem ver a atividade dos bots como prejudicial, especialmente quando resulta em um alto número de transações falhas, alguns especialistas defendem sua importância no ecossistema de blockchain. Michael Nadeau, fundador do DeFi Report, argumentou em uma publicação no X que “bots criam liquidez e trazem eficiência aos mercados… em blockchains públicas, eles pagam taxas”.
No entanto, essa maior eficiência traz um custo, e no caso das redes de camada 2, esse custo tem sido um aumento significativo nas falhas de transações, que afetam a experiência do usuário e a confiabilidade das redes.
A situação enfrentada pelas redes L2 do Ethereum não é única. Em uma pesquisa publicada em 13 de agosto, a Coinbase relatou que a Solana também está enfrentando taxas de falha elevadas, com até 45% das taxas de transação sendo gastas em transações falhas, muitas das quais também são atribuídas à atividade de bots.
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