Banco Central detalha carteira do Drex e diz que moeda digital ajudará a definir juros no Brasil

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Nesta quarta-feira, 04 de junho, o Banco Central do Brasil revelou um dos pontos mais estratégicos do projeto Drex: sua carteira digital integrada e a possível utilização dos dados da plataforma para calibrar a taxa de juros no país. A revelação ocorreu durante o painel de abertura do evento TokenNation, com a participação do executivo do BC Henrique Videira.

De acordo com ele, o Drex poderá se tornar uma fonte riquíssima de dados estruturados, o que permitirá ao Banco Central analisar em tempo real a atividade econômica, tanto do varejo quanto do atacado. Com esses dados, será possível acompanhar padrões de consumo, movimentação por segmentos, alocação de ativos e até tendências setoriais.

Essas informações podem ajudar a entender o que realmente está acontecendo na economia e, assim, ajustar a política monetária com mais precisão.

“O Drex vai permitir um retrato mais fiel da economia brasileira. Isso pode influenciar decisões sobre juros, inflação e crédito”, afirmou Videira.

O executivo também garantiu que a privacidade dos usuários será preservada, com foco em dados agregados, e não em perfis individuais. O objetivo, segundo ele, é usar inteligência, sem abrir mão da segurança.

Drex terá infraestrutura de app financeiro

Drex Banco Central do Brasil
Imagem: CriptoFácil

Além disso, Videira confirmou que o Drex servirá como base para um super app financeiro, integrado aos aplicativos dos bancos e fintechs, onde os usuários poderão ver todos os seus ativos em um só lugar. Com a carteira do Drex, o cidadão poderá acessar informações sobre depósitos, imóveis, automóveis, ações e aplicações, tudo em uma visão consolidada. Nenhum dado será obrigatório. O uso será opcional e transparente.

A plataforma também permitirá operações como converter Drex em depósitos, com a mesma fluidez do Pix, e receber ofertas de crédito personalizadas com base nas garantias disponíveis. O Banco Central não criará um app próprio, mas garantirá que todos os bancos adotem padrões técnicos, interoperabilidade e governança para que a experiência do cidadão seja unificada.

Outra aplicação do Drex está no acesso ao crédito. Pequenas empresas ou trabalhadores informais poderão usar ativos tokenizados como garantia, com mais confiança e menos burocracia.

“Vamos aumentar a oferta de crédito com mais segurança e menos inadimplência”, disse o executivo.

Desse modo, o Drex também facilitará a competição no sistema financeiro, com usuários escolhendo a melhor taxa de empréstimo entre diferentes instituições. Tudo isso estará disponível no app do banco de preferência do cliente.

Por fim, Videira destacou que o Drex é parte de uma visão mais ampla, que inclui a integração com inteligência artificial, dados públicos anonimizados e uso sustentável de energia, aproveitando a matriz limpa do Brasil.

Blockchain, IA e energia limpa formam um casamento perfeito. O Brasil tem tudo para liderar essa revolução tecnológica”, concluiu no evento.

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  • 4 de Junho, 2025