Banco Central do Brasil e da Coreia do Sul se unem para lançar Drex

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O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, anunciou uma parceria com o Banco Central da Coreia do Sul. Este anúncio ocorreu durante o Emerging Tech Summit, evento organizado pelo Valor Capital Group, realizado em São Paulo.

A colaboração visa desenvolver e implementar a Moeda Central do Banco Central (CBDC) do Brasil conhecida como Drex. Isso introduzirá o conceito de tokenização nos sistemas bancários brasileiros.

Conforme destacou Campos Neto, a parceria com a Coreia do Sul é importante para enfrentar as dificuldades associadas à implementação de uma moeda digital. Ele afirmou: “Estamos na fronteira disso e há outro BC, o da Coreia do Sul, com o qual estamos trabalhando para resolver as dificuldades”.

A tokenização, segundo ele, trará eficiência e custos reduzidos, possibilitando uma maior programabilidade ao longo do tempo.

A implementação de um novo sistema baseado em tokenização enfrenta desafios técnicos e de governança. Campos Neto enfatizou o trilema das criptomoedas — segurança, escalabilidade e descentralização — como principais questões técnicas que o BC já resolveu.

No entanto, a governança e a integração dos sistemas ainda necessitam de uma abordagem detalhada. “Precisa ter uma taxonomia comum”, afirmou Campos Neto, destacando a diversidade regulatória e tributária entre os países.

A tecnologia blockchain, que surgiu com o Bitcoin, é uma solução promissora nesse sentido. De acordo com o presidente do BC, há muita confiança na tecnologia. Ele disse ainda que a tokenização é mais eficiente e barata, e que sua programabilidade pode crescer com o tempo. Também mencionou a proximidade do Banco Central do Brasil com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), facilitando a regulamentação do setor.

Pix e Drex são o futuro dos pagamentos

Além da parceria com a Coreia do Sul, Campos Neto anunciou novos desenvolvimentos na plataforma de pagamentos instantâneos Pix. Ele revelou que o Pix será integrado às carteiras digitais Google Pay e Apple Pay, permitindo pagamentos por aproximação no celular.

“A ideia é que, em vez de colocar seu cartão de crédito [no celular], você possa simplesmente colocar o Pix lá”, explicou Campos Neto.

Essa integração visa simplificar ainda mais as transações financeiras e expandir o uso do Pix, que já é amplamente adotado no Brasil. A implementação do Pix por aproximação está em andamento, com o BC firmando parcerias com grandes plataformas de pagamento digital.

A colaboração internacional é um ponto crucial para a expansão do Pix. Campos Neto destacou a plataforma Nexus, que facilita transações instantâneas entre países asiáticos. Ele comentou: “Acho que a primeira etapa que veremos é a conexão entre pagamentos instantâneos. Podemos observar o que o Nexus está fazendo”.

O Banco Central do Brasil almeja conectar-se com a plataforma Nexus, buscando uma integração global dos sistemas de pagamento instantâneo. Campos Neto ressaltou a importância de pensar coletivamente sobre a conectividade dos sistemas, ao invés de focar exclusivamente em qual sistema de pagamento instantâneo deve ser adotado.

Transações internacionais facilitadas

O presidente do BC também abordou o uso de blockchain em transações transfronteiriças. Conforme explicou Campos Neto, a conexão de uma rede de registro distribuído (DLT) a sistemas centralizados é viável, embora a governança ainda represente um desafio. A criação de uma taxonomia comum é essencial para a integração desses sistemas, dada a diversidade regulatória e tributária global.

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  • 12 de Junho, 2024