Bancos miram operações com stablecoins

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O futuro das finanças pode estar intrinsecamente ligado às stablecoins, que oferecem o melhor dos dois mundos: a estabilidade de moedas tradicionais e as vantagens da infraestrutura blockchain. 

Com a possibilidade de operação que vai desde as transações cotidianas até as remessas internacionais, as moedas digitais de caráter estável prometem modificar a forma como o dinheiro circula no ambiente global. Afinal, em um cenário mais digitalizado, onde a rapidez e o custo são decisivos, as stablecoins têm as características necessárias para liderar essa nova era.

Dois indicadores que mostram que esses ativos digitais estão no caminho para se tornarem mais comuns em transações financeiras são a movimentação de reguladores para desenvolver políticas relativas ao uso das stablecoins e o interesse crescente das instituições financeiras em integrá-las a suas operações.

Stablecoins: vantagens do futuro do dinheiro

Por serem pareadas com moedas como dólar, euro e real, as stablecoins desempenham um papel diferente na carteira de ativos. Com vantagens em estabilidade, eficiência, redução de custos, segurança e transparência, ela se apresenta como uma opção mais atrativa para aqueles que não desejam lidar com a volatilidade do mercado de criptomoedas. 

Estabilidade e eficiência

As stablecoins se destacam por manterem um valor estável ao serem atreladas a ativos como moedas fiduciárias, protegendo os usuários da volatilidade de criptomoedas como bitcoin. Além disso, permitem transferências rápidas e de baixo custo em redes blockchain, superando os entraves e altas taxas das transações bancárias internacionais.

Redução de custos

Ao eliminar intermediários como bancos, as stablecoins tornam as transações financeiras mais ágeis e baratas, especialmente para transferências internacionais. Isso beneficia não apenas empresas e indivíduos, mas também populações de economias emergentes e não bancarizadas, promovendo a inclusão financeira.

Segurança e transparência

As stablecoins oferecem segurança por meio da tecnologia blockchain, que torna as transações verificáveis e imutáveis. Além disso, por serem ativos digitais lastreados, oferecem mais  confiança por meio de  auditorias regulares das reservas.

Tether, USDC e BRZ explicitam o potencial das stablecoins

Além da movimentação dos bancos japoneses, países como os Estados Unidos e Brasil já possuem mercados mais consolidados no que diz respeito às stablecoins. 

Criada em 2014, a Tether foi a primeira stablecoin lançada no mercado e virou uma das mais populares da categoria. As reservas totais do último relatório publicado no portal de transparência somam US$ 118,4 bilhões em ativos totais. 

No que tange à repartição das reservas, 84,24% estão atrelados a caixa, equivalentes de caixa e depósitos de curto prazo. Outros 5,55% estão relacionados a empréstimos garantidos e 4% a metais preciosos. Porcentagens menores ficam a cargo de outros investimentos e títulos corporativos.

A USDC ou USD Coin, desenvolvida pela Circle e Coinbase, por meio do consórcio CENTRE, é mais uma stablecoin pareada 1:1 com o dólar americano. A oferta em circulação em outubro de 2024 era de cerca de 35 bilhões de dólares.

Já o BRZ, uma stablecoin brasileira atrelada ao real, foi criada pela Transfero em 2019 para oferecer uma solução de hedge para ativos digitais. Essa solução pode ser usada para plataformas de finanças descentralizadas, exchanges estrangeiras, mercado internacional e atividades diárias, como pagamentos e transações. 

Somente no dia 09 de outubro, a nível de comparação, o volume de negociação do token digital brasileiro foi de R$ 640,75 mil, segundo a Coinbase.

Bancos japoneses avançam no uso de stablecoins

O crescente interesse em stablecoins também pode ser observado no apoio dos principais bancos japoneses ao Projeto Pax, uma iniciativa da Progmat e Datachain para a transferência de valores entre fronteiras. 

De acordo com a Datachain, a plataforma “utilizará a API da Swift para que os bancos instruam o Progmat a liquidar em redes de blockchain, abordando AML/CFT, conformidade regulatória e desafios de configuração operacional”. Dessa forma, a empresa espera evitar redundâncias operacionais, ganhar agilidade e minimizar custos de investimento.

Já a trinca de bancos apoiadores, formada pelo Mitsubishi UFJ Bank (MUFG), Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC) e Mizuho Bank, tem como demandas melhorias em custo, velocidade, acesso e transparência. Assim, ao se apresentar como uma solução para esses pontos, as stablecoins podem impulsionar ainda mais o mercado global de transferências internacionais, que atingiu US$ 182 trilhões em 2022.Essa parceria entre bancos é um exemplo de como as stablecoins podem ser vistas como uma solução confiável e eficiente para movimentar capital em escala global ao integrar o mundo cripto ao sistema financeiro tradicional de forma transparente e segura. Mais ainda, a adoção de stablecoins por grandes bancos, como os do Japão, pode ser um prenúncio de como instituições financeiras ao redor do mundo vão abraçar essa tecnologia para modernizar operações e alcançar novos níveis de eficiência.

O post Bancos miram operações com stablecoins apareceu primeiro em PanoramaCrypto.

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  • 17 de Outubro, 2024