Binance é solicitada a fornecer dados dos principais usuários de cripto na Nigéria
A Nigéria intensificou sua investigação sobre a Binance. Autoridades do país pediram que a exchange de criptomoedas forneça os nomes e o histórico de transações dos 100 principais usuários nigerianos da plataforma, conforme relatado recentemente pelo Financial Times.
Há três semanas, conforme noticiou o CriptoFácil, o governo nigeriano deteve dois altos executivos da Binance. A detenção ocorreu após um “convite” para que os executivos prestassem esclarecimentos sobre as operações da exchange no país.
O governo deteve a dupla, contra a sua vontade, numa “casa de hóspedes” sob gestão da Agência de Segurança Nacional da Nigéria. Eles chegaram a Abuja no dia 25 de fevereiro.
O governo da Nigéria acusa a Binance de causar a desvalorização da moeda local, a naira, devido à formação de um mercado paralelo de negociação da moeda contra o dólar e contra criptoativos.
De acordo com o FT, a Nigéria vê a Binance como um elo crucial que prejudica os esforços do governo para estabilizar a sua moeda.
Binance pressionada sobre operações na Nigéria
Ainda com relação às solicitações do governo da Nigéria, documentos examinados pelo Financial Times revelam que o gabinete do conselheiro de segurança nacional da Nigéria também solicitou à exchange que regularize quaisquer obrigações fiscais pendentes.
O governo do presidente Bola Tinubu argumenta que o crescimento de plataformas de criptomoedas como a Binance representa um desafio para o país. Isso porque essas plataformas oferecem taxas de câmbio alternativas para a naira e alimenta a especulação entre os cidadãos nigerianos.
Nadeem Anjarwalla e Tigran Gambaryan, figuras-chave nas operações africanas da Binance, permanecem detidos em Abuja, a capital nigeriana, sem enfrentar acusações formais. A detenção, vista por alguns como uma estratégia para pressionar a Binance a cooperar, aumentou as tensões diplomáticas com o Reino Unido e os Estados Unidos, países de origem dos executivos.
A Binance emitiu um comunicado ao Financial Times, declarando que, embora seja inadequado comentar sobre o conteúdo das alegações neste momento, estão colaborando com as autoridades nigerianas a fim de garantir o retorno de Nadeem e Tigran às suas famílias.