Bitcoin pode cair à medida que as exchanges registram retiradas de US$ 1 bilhão

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O mercado de criptomoedas mostrou sinais de recuperação nos últimos dias, com o preço do Bitcoin (BTC) voltando a superar a marca de US$ 60.000, após uma queda acentuada que o fez despencar para menos de US$ 50.000 no início de agosto. No entanto, apesar da recente recuperação, especialistas alertam que a tendência de alta pode não ser sustentável a curto prazo.

De acordo com a empresa de análises IntoTheBlock, na última terça-feira, usuários retiraram mais de US$ 1 bilhão em USDT, uma stablecoin atrelada ao dólar, das exchanges de criptomoedas. Trata-se do maior volume em um único dia desde maio.

Históricos anteriores indicam que saques massivos de stablecoins como esse podem sinalizar uma postura de aversão ao risco por parte dos investidores. Eles tendem a mover seus fundos para ambientes mais seguros, como carteiras frias, antecipando volatilidade no mercado.

Movimentos de Stablecoins e impactos no Bitcoin

Embora depósitos de stablecoins em exchanges sejam geralmente interpretados como um sinal positivo, indicando a chegada de novos recursos para a compra de ativos, saques em grande escala não são necessariamente um indicador negativo.

Em alguns casos, os usuários podem estar transferindo fundos para plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) em busca de rendimentos. No entanto, os dados da Defi Llama mostram que os retornos provenientes de pools de liquidez em USDT têm diminuído recentemente. Isso pode estar contribuindo para esses saques.

Essa movimentação pode ter desempenhado um papel na retração do preço do Bitcoin para US$ 59.000 durante a quarta-feira. O BTC eliminou os ganhos do dia anterior, quando ultrapassou a marca de US$ 61.000. Esse recuo aconteceu mesmo após o relatório de inflação dos EUA (CPI) reforçar expectativas de uma possível redução nas taxas de juros em setembro.

Tendências sazonais e expectativas

Além das movimentações de stablecoins, as tendências sazonais também não favorecem uma recuperação sustentada do mercado de criptomoedas. De acordo com dados compilados pela CoinGlass, historicamente, os meses de agosto e setembro costumam trazer retornos negativos para o Bitcoin.

Miles Deutscher, um analista de criptomoedas bastante seguido, apontou que o comportamento atual do Bitcoin é semelhante ao observado no mesmo período do ano passado, quando a criptomoeda caiu de US$ 30.000 para US$ 24.000 em agosto, após uma grande liquidação de posições alavancadas. Durante os meses seguintes, o ativo permaneceu estável antes de iniciar uma nova alta em outubro.

De acordo com Deutscher, o cenário atual reflete uma diminuição no interesse dos investidores de varejo, apatia entre os participantes do mercado e a falta de narrativas claras que impulsionem o mercado.

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  • 15 de Agosto, 2024