Bitfinex recupera R$ 1,5 bilhão em fundos de ataque hacker de 2016
A exchange Bitfinex recuperou parte dos fundos que perdeu após o ataque hacker de agosto de 2016. De acordo com o anúncio da empresa, o valor recuperado supera US$ 300 milhões, ou cerca de R$ 1,5 bilhão em valores atuais. No entanto, este valor corresponde a menos de 10% da soma que os hackers retiraram da exchange há quase sete anos.
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) recuperou os ativos, mas repassou para a Bitfinex logo em seguida. Com o dinheiro em mãos, a exchange pretende compensar os detentores dos Tokens de Direitos de Recuperação (RRTs), emitidos pela Bitfinex logo após o ataque.
Os RRTs são tokens que têm como lastro o dinheiro que os clientes da Bitfinex tinham antes do ataque. Cada vez que a exchange recupera fundos, ela recompra esses tokens e paga os clientes.
Mais de R$ 1,5 bilhão apreendido do hack à Bitfinex
Conforme anunciado pela Bitfinex na quinta-feira (6), o DHS devolveu US$ 312.219,71 em dinheiro e US$ 6.917 em Bitcoin Cash (BCH). O valor faz parte dos ativos que a exchange perdeu durante o ataque.
“Estamos extremamente satisfeitos por alcançar outro marco de sucesso na recuperação de ativos roubados da Bitfinex em 2016”, disse Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da exchange.
A apreensão específica deste mês partiu da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Conforme destacado, a Bitfinex confirmou que pretende usar o dinheiro para resgatar os detentores de RRT. Existem 30 milhões desses tokens em circulação, cada um deles com o valor fixo de US$ 1,00.
De acordo com a Bitfinex, o total que os hackers roubaram corresponde a mais de R$ 17 bilhões. Em outras palavras, significa que as autoridades ainda têm muito dinheiro a recuperar para compensar todos os donos de RRTs.
No entanto, os clientes da Bitfinex podem vender esses tokens a mercado, caso não queiram esperar para receber o valor integral. Só que neste caso, o preço de mercado dos RRT costuma ter um grande desconto. Por exemplo, esses tokens chegaram a valer somente US$ 0,70, antes de subir para US$ 0,9 na quinta-feira.
Os compradores desses tokens estão efetivamente apostando na capacidade da Bitfinex de recuperar ativos, caso em que eles teriam lucro garantido. Dessa forma, quem comprar no mercado secundário pode auferir um bom lucro com a operação.
Maior ataque da história
Depois de compensar todos os detentores de RRT, a Bitfinex usará até 80% dos ativos recuperados restantes para recompensar os detentores do token de utilidade da Bitfinex, o LEO. De acordo com o CoinGecko, o preço do LEO abriu em queda de 6,8% nesta sexta-feira.
“A Bitfinex continua trabalhando com as agências policiais relevantes e por meio do sistema judicial para recuperar bens roubados da exchange durante a violação de segurança”, escreveu a exchange.
O valor recuperado ainda é insignificante em comparação com os 119.756 BTC perdidos na época. Valendo pouco mais de R$ 210 milhões na época, esse mesmo estoque agora está avaliado em mais de US$ 17 bilhões.
A polícia prendeu o casal suspeito de estar por trás do hack no ano passado, depois que eles tentaram movimentar fundos entre endereços de blockchain. Como resultado, o DoJ recuperou a maior parte dos fundos associados, fazendo a maior apreensão financeira da história e transformando o governo dos EUA no maior detentor individual de BTC do mundo.
Rumores surgiram em maio de que o governo poderia estar vendendo milhares de BTC obtidos de suas apreensões de Bitfinex e Silk Road, mas os dados na blockchain provaram que esses rumores eram falsos.
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