BlackRock não descarta a continuidade da alta volatilidade no preço do Bitcoin

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O Bitcoin (BTC) tem se mantido em uma faixa de lateralização entre US$54.000 e US$73.000 nos últimos quatro meses. Após alcançar seu máximo histórico em março de 2024, a criptomoeda entrou em um canal lateral do qual ainda não conseguiu sair.

Essa lateralização, no entanto, não isenta os investidores de Bitcoin de enfrentar a alta volatilidade do ativo. Conforme demonstrado em gráficos recentes, o Bitcoin tem se movido, por vezes, de forma “violenta” entre os limites inferior e superior desse canal, causando liquidações que somam milhões de dólares.

A maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, acredita que a volatilidade do Bitcoin provavelmente continuará elevada, e por isso, não deve ser ignorada ao investir na moeda digital.

“Desde 2014, o Bitcoin experimentou quatro quedas superiores a 50%”, indica a empresa em um recente relatório de mercado.

Bitcoin

BlackRock recomenda que os investidores façam alocações relativamente pequenas em Bitcoin. Além disso, o reequilíbrio regular da carteira pode ajudar os investidores a manterem-se firmes durante os momentos de tensão no mercado.

“A elevada volatilidade do Bitcoin pode ter um impacto descomunal no risco da carteira se grandes alocações forem feitas”, destacou a BlackRock.

Apesar dos alertas sobre a volatilidade do Bitcoin, a BlackRock reconhece que, com o tempo, a criptomoeda tem consolidado sua presença global e a volatilidade tem diminuído notavelmente. Dados comparativos mostram que, embora o Bitcoin ainda seja mais volátil do que ativos como ouro e títulos do Tesouro dos EUA, a diferença está diminuindo.

O relatório da BlackRock sugere que métodos comuns de gestão de carteira, como o Dollar Cost Averaging (DCA), podem ser eficazes para enfrentar a volatilidade de curto prazo. Esse método consiste em estabelecer um plano de compras recorrentes de um mesmo valor em um período definido, independentemente do preço das compras.

“Os investidores devem estar conscientes da imensa volatilidade do Bitcoin e devem estar preparados para suportar quedas prolongadas e potencialmente dolorosas”, adverte a BlackRock.

Em contraste com a visão da BlackRock, a Fidelity, outra gestora de ativos, considera que a volatilidade do Bitcoin está superestimada. Pesquisas da Fidelity indicam que a volatilidade real do Bitcoin geralmente é muito menor do que a esperada, sugerindo que a volatilidade está mal compreendida e ainda está “em processo de descoberta”.

Um exemplo disso é que, em alguns períodos, o Bitcoin foi menos volátil do que ações de empresas renomadas, como a Netflix. No primeiro trimestre de 2024, a volatilidade realizada da Netflix foi de 53%, enquanto a do Bitcoin foi de 46%.

Ambas as gestoras de ativos concordam que, à medida que o Bitcoin amadurece e sua capitalização de mercado aumenta, sua volatilidade tende a diminuir. A aprovação de ETFs de Bitcoin nos EUA no início do ano acelerou esse processo de maturidade. Tanto Fidelity quanto BlackRock gerenciam fundos baseados em BTC, o que reforça a credibilidade e a aceitação do Bitcoin como um ativo financeiro sólido.

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  • 13 de Julho, 2024