Blockchain em hotelaria: segurança e identificação podem mudar o setor
O setor de turismo conta com uma vasta gama de aplicações para gestão de hospedagens, conhecidas como Property Management Systems (PMS), e as principais críticas dos usuários em relação a eles estão relacionadas à complexidade, integrações insuficientes ou falta de personalização. Mas blockchain em hotelaria pode minimizar esses impactos.
Questões como segurança e facilitação nos processos de identificação dos hóspedes também entram na equação. Grande parte dos ataques hacker bem-sucedidos em redes hoteleiras ocorrem devido à falta de cuidado com seus respectivos sistemas operacionais (SO), bem como outros aspectos da infraestrutura de TI.
Devido à natureza de grande parte dos ecossistemas blockchain, esses e muitos outros problemas podem ser resolvidos pontualmente.
Para que usar blockchain em hotelaria?
Softwares de hotelaria desenvolvidos com a nova infraestrutura digital podem otimizar inúmeras tarefas diárias dos estabelecimentos, além de garantir a integridade dos dados sensíveis dos hóspedes, como endereços de residência, cartões de crédito e documentos de identificação.
Cibercriminosos atacam hotéis com frequência. Em 2022, a rede Intercontinental Hotels Group (IHG) sofreu um ataque “por diversão”, segundo os próprios invasores. E-mails internos, bate-papos empresariais e outros recursos foram comprometidos.
Em 2023, a Moody’s rebaixou a rede de hotéis norte-americana MGM Resorts International. Vários sistemas tiveram de ser desconectados da internet, incluindo mecanismos de reservas e até de caça-níqueis.
Sistemas blockchain em hotelaria construídos de maneira robusta poderiam ter evitado ataques críticos de inúmeras formas. Mesmo se o vazamento de dados fosse inevitável, a criptografia por trás das informações seria tamanha que acessá-las seria virtualmente impossível.
Como a segurança e identificação são aprimoradas?
De maneira geral, os PMS têm uma infraestrutura de dados proprietária para proporcionar segurança aos usuários. No entanto, devido à natureza descentralizada e imutável da maior parte das blockchains, a integridade dos dados contidos no ecossistema se torna mais sólida.
Isso porque, uma vez que a informação é registrada em um bloco e adicionada à cadeia, ela não poderá ser modificada. A única exceção é se todas as outras cópias da rede forem modificadas, o que é praticamente impossível.
Hackers experientes têm softwares específicos para quebrar a criptografia dos dados coletados, uma vez que a estrutura tecnológica utilizada por grande parte das empresas é amplamente conhecida. Por outro lado, a tecnologia blockchain impede a decodificação e interceptação de dados de acordo com o modus operandi tradicional dos criminosos.
Outras vantagens podem tornar o fluxo de informações mais seguro:
Privacidade melhorada
“Provas de conhecimento zero” podem ser implementadas a fim de que identidades sejam verificadas sem revelar dados subjacentes.
Funciona da seguinte forma: o sistema poderia verificar se o hóspede tem idade legal para fazer reservas, sem a necessidade de saber sua data exata de nascimento. Essa informação já estaria armazenada em um banco de dados seguro e inviolável.
Dessa forma, a quantidade de dados sensíveis coletados pelos estabelecimentos é drasticamente reduzida. Em caso de alguma exploração de vulnerabilidade, menos informações importantes poderiam ser expostas a maus atores.
Redução de fraudes
A imutabilidade da blockchain impede que dados sejam alterados após serem inseridos. Isso significa que toda movimentação interna deixa rastros que podem ser auditados tanto internamente como por empresas qualificadas.
Muitas ações humanas que configuram fraude são, na verdade, equívocos cometidos por funcionários durante a execução de suas atividades. Tais erros podem ser filtrados pela gerência dos estabelecimentos e, com isso, treinamentos específicos poderão ser promovidos para que a equipe conheça as melhores práticas profissionais.
Compartilhamento controlado de dados
Este tópico é especialmente interessante para grupos hoteleiros que desejam cruzar informações entre si (com o consentimento prévio dos hóspedes). Com isso, o processo de check-in se torna mais simples e ágil, sem a necessidade de tomar tempo desnecessário tanto dos funcionários como dos usuários.
Uma experiência contínua e sem atritos é sempre desejável. Em locais de alta procura, sobretudo em alta temporada, nos quais a entrada e saída diária de pessoas é alta, a economia de tempo pode ser refletida em descontos e promoções exclusivas para atrair mais pessoas.
Chaves digitais criptografadas
Elas podem ser geradas via blockchain, gerando um token único relacionado às datas de entrada e saída do UH. Esse processo de registro dá ao hóspede acesso facilitado aos quartos contratados, melhorando significativamente a segurança e a capacidade de investigação em caso de incidentes.
Em caso de perda ou roubo de um dispositivo de acesso, as chaves poderão ser revogadas imediatamente. Basta que os hóspedes acionem a recepção rapidamente para tomar as devidas precauções e gerar um novo token de acesso.
A blockchain em hotelaria já é uma realidade?
Sim. Existem alguns projetos em desenvolvimento que buscam simplificar e descentralizar os processos tecnológicos das redes hoteleiras, permitindo uma integração mais segura e acessível.
De acordo com a Revista Hotéis, o relatório Time for Trust, da PwC, aponta que a blockchain deverá representar cerca de US$ 1,76 trilhão do PIB global até 2030. Isso significa que a possibilidade de negócios dentro do setor de turismo deverá crescer ao longo dessa projeção, aproximando-o cada vez mais do universo da tokenização.
A Webisoft trabalha ativamente com tecnologia blockchain para hotéis, resorts e outros negócios do mesmo nicho. Solidity, Substrate e Rust estão entre as principais linguagens de programação utilizadas pelos desenvolvedores: elas são amplamente aceitas pelos ecossistemas blockchain mais conhecidos, como Ethereum, Cardano e Polkadot, por exemplo.
Os valores oscilam de acordo com o porte da empresa e as necessidades pontuais de cada modelo de negócio. Por exemplo, hotéis de grande porte podem exigir parâmetros adicionais específicos de gestão e auditoria, enquanto pousadas e hostels podem precisar de menos recursos tecnológicos.
De toda forma, um turismo sem fronteiras se mostra cada vez mais próximo: com a aproximação das criptomoedas no cotidiano, espera-se que a demanda pelo novo dinheiro cresça nos próximos anos de maneira orgânica.
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