Bradesco emite cédula de crédito de R$ 10 milhões em blockchain

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Bradesco emite cédula de crédito de R$ 10 milhões em blockchain

O Bradesco é o mais recente banco brasileiro a abraçar a tecnologia blockchain por meio da tokenização de ativos. Nesse sentido, o banco tokenizou uma Cédula de Crédito Bancário (CCB) no valor de R$ 10 milhões.

De acordo com o comunicado de imprensa enviado pelo Bradesco, a transação ocorreu por meio do sandbox regulatório do Banco Central (Bacen). O sandbox é um espaço no qual empresa podem fazer testes com projetos inovadores na área financeira.

Inovação no mercado de capitais

Segundo o Bradesco, essa foi a primeira transação de tokenização do mercado financeiro regulada pelo Bacen. Para realizar a transação, o Bacen contou com o apoio da  Bolsa OTC Brasil, que negocia ativos como na bolsa de valores, só que com o uso da tecnologia blockchain.

Nesta bolsa, as empresas de capital fechado conseguem tokenizar parte do seu capital ou títulos de dívida e vendê-los no mercado. O Bradesco entrou com a criação e distribuição dos títulos, enquanto a Bolsa OTC Brasil fez a tokenização em si.

“A operação piloto tem um caráter inovador para o Bradesco, ao transformar ativos físicos ou produtos financeiros tradicionais em ativos digitais”, disse Edson Moreto, diretor executivo do Bradesco.

Blockchain chama atenção dos bancos

Apesar do caráter inovador em tokenizar uma CCB, o Bradesco não inovou ao criar e lançar ativos em blockchain no Brasil. O banco Santander Brasil também utilizou da tecnologia para emitir R$ 40 milhões em debêntures no mês passado para a Indigo, empresa que atua no setor de estacionamentos. A operação também ocorreu por meio do sandbox do Bacen.

Mas quem fez o principal movimento rumo a tokenização no Brasil foi o Itaú, que comprou a tokenizadora Liqi no início de 2022. O gigante brasileiro também criou a Itaú Digital Assets, sua própria plataforma de tokenização. 

Quem criou o sandbox foi o Bacen, mas a seleção dos projetos fica à cargo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Criado em 2021, o sandbox já admitiu diversos projetos, incluindo a gestora de criptomoedas brasileira QR Capital.

A tokenização de ativos é vista pelo mercado como o próximo passo na evolução do mercado de capitais no Brasil, pois une o melhor das tecnologias. Com o uso da blockchain, os investidores podem ter mais segurança nas transações e contar com um funcionamento integral 24 horas por dia e sete dias na semana.

Por outro lado, o sandbox regulatório permite que as empresas façam testes de soluções em um ambiente seguro e com proteção jurídica. Se aprovadas estas soluções podem beneficiar o mercado como um todo e levar o país a se manter na vanguarda da tecnologia.

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  • 16 de Janeiro, 2023