Butão aposta em criptomoedas para fomentar o turismo
Embora soe improvável que uma monarquia constitucional conhecida por desenhar o conceito de Felicidade Interna Bruta, em contrapartida do Produto Interno Bruto (PIB), esteja entre os grandes players do mercado de criptomoedas, o Butão vem provando o contrário. Localizado na região leste do Himalaia, o país já acumula mais de 12 mil bitcoins – o equivalente a 34% de seu PIB – e lançou recentemente um sistema de pagamento em criptoativos voltado ao turismo.
O departamento de turismo do Butão declarou que o sistema permite “pagamentos em criptomoedas de forma integrada para passagens aéreas, hotéis, artesanato local e muito mais”. Com isso, espera-se que até mesmo os negócios mais remotos, antes sem acesso a infraestrutura de pagamentos, tenham a capacidade de efetuar vendas apenas com o uso do celular.
De acordo matéria da Cointelegraph Brasil, o diretor do departamento de turismo do Butão avaliou a iniciativa como “mais do que uma solução de pagamento: um compromisso com inovação, inclusão e conveniência”.
Cripto é estratégico para objeto do turismo no Butão
Frequentemente chamado de Shangri-La – um paraíso perdido nas montanhas do Himalaia no romance “Lost Horizon” de James Hilton -, Butão dá valor à preservação da cultura, da natureza e do bem-estar da população. Somado a isso, a dificuldade de acesso retarda a exposição à “modernidade” do resto do mundo. Na capital Timbu, por exemplo, o trânsito é ordenado pela polícia, por não haver semáforos. Essas características demonstram um modo único de viver da população do país que, por sua vez, chama a atenção de turistas.
Contudo, a dificuldade de acesso mencionada, aliada a outras questões como a alta taxa para turistas e a impossibilidade de viagens independentes, faz com que o turismo não seja de massa.
De acordo com a CoinDesk, as ambições ainda são modestas, com uma média de 300 mil visitantes ao ano. O país deseja que ao menos essa quantidade de turistas permaneça por mais tempo e gastem mais em seu território. Nesse sentido, perceberam que os usuários de criptomoedas têm um gasto médio três vezes maior do que os turistas comuns, que optam pela moeda fiduciária do local.
Atualmente, mais de mil comerciantes estão integrados ao sistema que pretende ser alinhado aos valores da comunidade. O banco digital butanês, DK Bank, lidera esse processo, assim como contribuiu na mineração de bitcoin no país.
Mineração de bitcoin é sustentada por hidrelétricas
Uma das valências que permitiu ao país maior participação das criptomoedas na economia é a geração de energia hidrelétrica. Segundo o O Globo, o Butão tem um potencial hidrelétrico de 23.760 megawatts (MW) – lembrando que as hidrelétricas são consideradas como fonte de geração de energia renovável.
Em três anos e meio, o Butão extraiu mais de 27 mil bitcoins, com operações semanais que geram até US$ 4,9 milhões em receita. Esses recursos têm sido usados para aumentar salários do funcionalismo público, fortalecer reservas cambiais e fomentar empregos no setor tecnológico.
Agora, o país acelera uma nova fase de expansão. Com projetos em andamento que devem elevar a capacidade de mineração para 600 megawatts em 2025, o país já opera uma mina de bitcoin de 100 MW na cidade de Gedu. Ademais, se prepara para lançar, ainda este ano, o Parque Industrial de Jigmeling, com potência prevista de 500 MW.
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