CEO do Xapo Bank: empréstimos lastreados em bitcoin são “passo óbvio”
Seamus Rocca, CEO do Xapo Bank, disse ao Cointelegraph que os investidores de criptomoedas estão cada vez mais interessados em realizar empréstimos com garantia em ativos digitais, como o bitcoin (BTC).
“Não sei se essa confiança existiria três ou quatro anos atrás. Mas hoje, as pessoas estão mais confortáveis em tomar empréstimos com bitcoin como garantia porque estamos longe dos níveis que acionariam liquidações”, comentou Rocca.
Isso significa que, devido à liquidez crescente do ativo digital, as chances de as posições em cripto serem zeradas se tornam cada vez mais improváveis, mesmo durante períodos de maior volatilidade.
Xapo Bank e sua história antiga com as criptomoedas
Este banco privado, registrado em Gibraltar, é mundialmente conhecido por sua participação dentro do universo cripto desde os primórdios. Em 2013, a empresa foi fundada como uma provedora de carteiras de bitcoin, com foco em segurança e acessibilidade. Em pouco tempo, o Xapo recebeu o apelido de “Fort Knox do Bitcoin” por conta de sua tecnologia de carteiras frias (cold wallets).
Em 2021, a instituição expandiu e obteve as licenças necessárias para expandir seu modelo de negócios, transformando-se no Xapo Bank. Desde então, ele une o potencial de crescimento das criptomoedas à infraestrutura dos bancos tradicionais.
Hoje, empréstimos com garantia em bitcoin são oferecidos pela instituição com índices de garantia (LTV) entre 20% e 40%. Com isso, investidores poderão sacar milhões de dólares sem a necessidade de vender seus ativos.
Caso os investidores optem por uma posição mais conservadora (20%), eles só poderiam ser liquidados caso o BTC atingisse valores inferiores a US$ 40 mil. É bastante improvável que isso aconteça, de acordo com o comportamento dos preços ao longo dos anos.
Empréstimos em cripto não são novidade
Muitas instituições financeiras tradicionais estão estudando a possibilidade de oferecer empréstimos aos moldes do que o Xapo Bank está fazendo. Contudo, o mercado de finanças descentralizadas (DeFi) já possui protocolos baseados em contratos inteligentes (smart contracts) há muito tempo.
Qualquer empréstimo em 2010 ocorreria de maneira P2P (peer-to-peer): ou seja, usuários detentores de criptomoedas emprestavam valores diretamente entre outras pessoas físicas, sem a necessidade de intermediários de confiança. Fóruns, como o Bitcointalk.org, eram amplamente utilizados para essa finalidade, o que envolvia altos riscos aos usuários.
Entre 2013 e 2016, plataformas como Bitbond e SALT começaram a emergir, proporcionando um ambiente mais seguro para realizar e oferecer empréstimos com ativos digitais. A popularização da blockchain Ethereum foi decisiva para a ampliação desses serviços, com projetos como o ETHLend/Aave e o MakerDAO.
Por outro lado, bancos e instituições financeiras tradicionais precisam alinhar seus interesses às regulamentações locais e internacionais para poderem expandir seus negócios de maneira saudável. Nesse sentido, tanto o Xapo Bank como outros players tentam unir os dois universos.
O Itaú Unibanco permite a compra de BTC e ETH através de sua plataforma, a Íon. Embora não se trate de um sistema de empréstimos, ele pode servir como uma porta de entrada para serviços mais sofisticados envolvendo moedas virtuais.
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