Chainalysis indica Argentina e Venezuela como referências em adoção de Bitcoin na América Latina
A empresa de análise de blockchain Chainalysis divulgou uma nova edição do seu relatório sobre a adoção de Bitcoin e criptomoedas na América Latina, mostrando que Argentina e Venezuela destacam-se na região.
Ambos os países, afetados por crises econômicas, viram nas criptomoedas uma alternativa de resiliência. Contudo, o Brasil permanece à frente em quantidade de usuários de criptomoedas.
O estudo mostra que a Argentina, posicionada como o 15º país em adoção de Bitcoin e criptomoedas, tem utilizado esses ativos como uma tática de defesa contra a desvalorização do peso argentino, que já sofreu uma queda de 52% neste ano.
A aquisição de criptomoedas na Argentina cresceu expressivamente, sobretudo quando a inflação superou 100% ao ano em abril.
Por sua vez, na Venezuela, o cenário é ainda mais acentuado. Além de ser um escudo contra a queda do bolívar, as criptomoedas têm um papel crucial na resistência ao regime autoritário.
A Chainalysis ressalta como a oposição ao governo de Nicolás Maduro utilizou transações em criptomoedas para auxiliar profissionais da saúde no começo da pandemia de COVID-19, em 2020. Ademais, as criptomoedas têm sustentado ativistas democráticos e entidades não governamentais que se opõem a governos autocráticos na área.
Adoção do Bitcoin
De acordo com a Chainalysis, a América Latina ocupa a sétima colocação mundial em termos de adoção de criptomoedas. Três nações da região estão entre os 20 primeiros no Índice Global de Adoção.
As criptomoedas tornaram-se um elemento relevante no dia a dia de países que lidam com desvalorização monetária, e a região supera a África Subsaariana, estando apenas atrás do Oriente Médio, Norte da África, Leste Asiático e Europa Oriental.
No entanto, a adoção de criptomoedas na América Latina tem se mostrado relativamente constante nos últimos dois anos. A predileção por exchanges centralizadas é mais evidente na região, e o investimento institucional é reduzido em relação a outras áreas globais.
Na Venezuela, por exemplo, cerca de 92,5% de todas as operações com criptomoedas são realizadas através de exchanges centralizadas, com a Binance à frente.
Outras nações como Colômbia, Argentina e Brasil também mostram preferência por exchanges centralizadas, enquanto o México se sobressai pela maior adesão a exchanges descentralizadas, refletindo um interesse considerável em criptomoedas alternativas.
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