Como funciona o empréstimo no mercado cripto?

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A evolução das redes blockchains, como a Ethereum com os smart contracts, criou novas possibilidades no universo cripto, como a integração de ferramentas e serviços do mercado financeiro tradicional ao ecossistema dos ativos digitais. Um exemplo é que usuários podem solicitar e fazer empréstimos.

Os empréstimos com criptomoedas são similares aos de bancos no mercado financeiro. No entanto, com a diferença de quem pode fazer a oferta, afinal, qualquer investidor pode ceder suas criptomoedas para terceiros.

Normalmente, essa oferta acontece no mercado cripto em plataformas como exchanges e soluções descentralizadas como aplicativos (dApps) e exchanges descentralizadas (DEX). Existem também plataformas dedicadas a esse tipo de negócio e sua oferta é dividida entre dois tipos: centralizada e descentralizada.

Como funciona o empréstimo com criptomoedas?

Em casos onde a negociação é classificada como centralizada, o empréstimo é feito em plataformas como exchanges, por exemplo.

Já a oferta descentralizada acontece entre duas pessoas físicas em plataformas intermediárias. A operação é feita por meio de contratos inteligentes (smart contracts) entre quem deseja emprestar e quem quer contrair um empréstimo com ativos digitais.

O usuário que faz o empréstimo de tokens tem uma oportunidade de obter renda passiva, com toda a operação tendo a garantia de um sistema de depósito. Além disso, ele recebe parte dos lucros da negociação. Na maioria dos casos, essa renda passiva é calculada a partir do percentual anual de rendimento (APY).

Já quem pega o empréstimo se compromete a pagar regularmente as prestações com acréscimo de juros, e na maioria das vezes, também deve fazer um depósito como garantia pela operação.

Por exemplo, o empréstimo exige o depósito de 60% do valor total da dívida como forma de garantia para sua solicitação. Se ele pediu R$ 10 mil emprestado, ele precisará manter R$ 6 mil como garantia para aquele empréstimo com criptomoedas.

No entanto, existem plataformas que exigem depósitos de até 150% para garantir a operação. Nesse caso, na mesma solicitação de R$ 10 mil, o depósito de criptomoedas seria de R$ 15 mil.

Depósito como garantia

O valor de garantia será mantido pela plataforma cripto como margem de liquidação, e todas as especificações da negociação são registradas em contrato inteligente, como os criptoativos envolvidos no par de negociação e o tempo de duração da operação, algo como entre sete a 180 dias.

Esse tipo de oferta também é conhecido por Loan-To-Value (LTV), um cálculo que leva em consideração o valor do bem e o montante solicitado. Quanto menor o valor total da dívida, menor será a taxa de juros cobrada. Em alguns casos, a taxa de juros pode ser cobrada por hora.

Por isso, as stablecoins como o BRZ desempenham um importante papel nessa negociata. Além de segurança, elas oferecem maior estabilidade de preço em um mercado com alta volatilidade.

Os tipos de empréstimos cripto

Um empréstimo cripto varia conforme a garantia que o usuário oferecerá e o tempo previsto para quitação da dívida. Existem casos onde ele precisará depositar mais que 100% do valor solicitado, além de outros, como:

Empréstimo colateralizado

Nesse tipo de operação o usuário precisa manter um depósito como garantia, possui prazos de pagamentos pré-estabelecidos e data final para liquidação. Normalmente, esse pedido envolve um par de negociação com criptoativos distintos e o valor liberado não ultrapassa 90% do valor depositado pelo solicitante.

Linha de crédito

Nos pedidos que envolvem uma linha de crédito não há prazos pré-estabelecidos. Contudo, pode existir uma sobrecolateralização como garantia nesses casos. Sendo assim, o usuário realiza o pagamento gradativo da dívida até que o valor total seja quitado.

Sem garantia

Nesse tipo de solicitação, não há necessidade de um depósito de garantia pelo usuário. Portanto, essa transação apresenta riscos para o credor além de oferecer juros mais altos que nas modalidades anteriores.

Flash

Considerado uma operação de alto risco, nesse tipo de pedido o investidor não permanecerá com o valor solicitado. Esse tipo é encontrado em exchanges, e é conhecido como empréstimos instantâneos, onde o valor tomado pelo usuário é pago na mesma transação.

Riscos do empréstimo com criptomoedas

Assim como toda operação financeira, empréstimos com criptomoedas apresenta riscos, tanto para quem concede, como para quem contrata esse serviço. Além de liquidação, os perigos envolvem algo como:

  • Chamada de margem: consiste na possibilidade de liquidação do pedido, quando o LTV fica abaixo do índice contratado. Isso acontece em casos de grande desvalorização do criptoativo colateralizado, sendo necessário novos aportes para fugir da execução do aviso.
  • Acesso aos fundos: nem todas as plataformas liberam o valor cedido nas operações finalizadas de forma imediata. Em alguns casos, a garantia será destravada após um longo período, depois de liquidar a dívida.
  • Sem regulação: nem todos os países e empresas que oferecem esse tipo de serviço possuem regulação.

Linha de crédito cripto para empresas

Além de investidores pessoa física, os empréstimos cripto estão disponíveis para pequenos e médios empresários através de parcerias como a da N4 e da Transfero. No Brasil, o BRZ está sendo utilizado em uma linha de crédito de R$ 40 milhões voltada para pequenas e médias empresas.

Com isso, a stablecoin, que possui o preço atrelado ao real brasileiro, monetiza todo o sistema, funcionando como uma ponte entre quem precisa de dinheiro emprestado e quem deseja proporcionar esse tipo de serviço. Confira mais informações sobre essa linha de crédito através deste link.

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  • 12 de Julho, 2024