CPI das criptomoedas: MSK diz que queda do mercado impediu pagamento de clientes
No desenrolar das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, um dos sócios da empresa MSK Operações e Investimentos, Carlos Eduardo de Lucas, apresentou seu depoimento nesta semana.
Ele alegou que a empresa, sob suspeita de causar prejuízos a cerca de 4.000 clientes que investiram em criptomoedas, teria enfrentado um desfalque financeiro perpetrado por um dos seus próprios funcionários.
Afirmando ser especializada em assessoria de investimentos voltada a ativos de alto risco, como criptomoedas, a MSK teria tomado a decisão de encerrar suas atividades com criptoativos após registrar perdas relacionadas às oscilações do mercado.
Nesse contexto, o sócio afirmou que a empresa notificou seus clientes sobre a intenção de reembolsá-los, mesmo que nunca tenha feito isso, o que levou as acusações de ser uma pirâmide financeira.
Segundo o relato de Carlos Eduardo de Lucas, o contrato de distrato para a devolução dos valores foi aceito por mais de 80% dos clientes, sendo estabelecido um cronograma de pagamentos. No entanto, alega-se que o desfalque financeiro comprometeu a capacidade de ressarcimento.
CPI das criptomoedas investiga MSK
No ano de 2022, a empresa MSK foi objeto de uma investigação pela Polícia Civil de São Paulo por diversos crimes, incluindo pirâmide financeira e publicidade enganosa.
O sócio destacou que a MSK Operações e Investimentos foi fundada em 2015 e registada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No ano de 2021, segundo ele, o grupo alcançou uma receita bruta total superior a R$ 300 milhões, mantendo mais de 3.800 contratos ativos com investidores.
Durante a audiência, o deputado Julio Lopes (PP-RJ) indagou Glaidson Tadeu Rosa, outro sócio da empresa MSK que prestou depoimento, sobre a viabilidade real de reembolsar os clientes lesados.
Glaidson alegou que, através do rastreamento das criptomoedas efetuado por uma perícia independente, será possível realizar o reembolso dentro do contexto de recuperação judicial da empresa.
A CPI das Pirâmides Financeiras foca suas investigações em esquemas fraudulentos envolvendo criptomoedas. Segundo a CVM, ao todo, 11 empresas teriam participado de atividades fraudulentas relacionadas à moeda digital. Isso inclui, por exemplo, a disseminação de informações falsas e promessas de retornos expressivos ou garantidos, com o objetivo de atrair vítimas e sustentar tais esquemas de pirâmide.
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