Cripto no varejo: como aceitar ativos digitais como pagamento?

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Adaptar-se à nova realidade financeira é o próximo passo a ser dado por negócios em todo o mundo. À medida que cartões de débito e crédito podem não ser suficientes para garantir vendas rápidas e simplificadas, hotéis, restaurantes e demais estabelecimentos comerciais podem adotar cripto no varejo e, com isso, expandir os horizontes. E essa realidade não está distante.

Pelo contrário: bancos como Santander e HSBC substituíram seus sistemas obsoletos de processamento de pagamentos por soluções blockchain, tornando-os mais eficazes e escaláveis. 

Implicações de aceitar cripto no varejo

Comércios, sejam eles físicos ou digitais, que tenham interesse em receber ativos digitais como pagamento, podem tirar proveito de algumas características inerentes à tecnologia, tais como:

  • Acessibilidade global: negócios poderão ser feitos com qualquer pessoa, de qualquer país;
  • Conversão zero: pagamentos cripto podem ser feitos sem a necessidade de realizar conversões manuais;
  • Nova base de clientes: usuários cripto costumam ser indivíduos mais antenados às tendências tecnológicas. Esse conhecimento permite aos lojistas construir ações publicitárias mais alinhadas com os interesses de cada cliente;
  • Segurança: a tecnologia blockchain é mundialmente conhecida por seu alto nível de segurança, capaz de impedir os ataques cibernéticos mais agressivos;
  • Privacidade: boa parte das criptomoedas permite realizar transações altamente privadas, enquanto outras garantem movimentações anônimas;
  • Regulamentação e conformidade: adotar cripto no varejo faz com que as autoridades governamentais dêem cada vez mais atenção ao novo setor, permitindo a construção de um marco regulatório justo e saudável para todos.

Como aceitar criptomoedas da maneira correta?

cripto no varejo
Imagem gerada por Inteligência Artificial

Empresas que ainda não estejam familiarizadas com as criptomoedas precisam levar em conta alguns pontos. Mas antes de discorrer sobre eles, é importante reforçar que aceitar ativos digitais pode ser mais fácil do que parece.

Certas práticas podem facilitar o processo de adoção, tornando-o mais seguro:

Estude sobre as criptomoedas

Existem mais de 10 mil criptoativos, segundo o CoinMarketCap. Naturalmente, uma parte deles não terá êxito no longo prazo e, por essa razão, é importante conhecer os ativos mais consolidados e preferi-los na hora de fechar negócio.

Atualmente, os 10 ativos digitais mais populares do mundo em termos de liquidez e capitalização de mercado são:

  1. Bitcoin (BTC)
  2. Ether (ETH)
  3. Tether (USDT)
  4. Ripple (XRP)
  5. Binance Coin (BNB)
  6. USD Coin (USDC)
  7. Solana (SOL)
  8. Dogecoin (DOGE)
  9. Tron (TRX)
  10. Cardano (ADA)

Vale mencionar que a DOGE é uma meme coin: uma criptomoeda baseada em uma figura icônica, representada de maneira divertida (no caso, de uma foto conhecida de um cachorro da raça Shiba Inu). Todos os outros ativos estão diretamente relacionados a sistemas de pagamentos ou plataformas blockchain específicas.

Escolha da plataforma de pagamentos

Existem inúmeras vantagens na contratação de uma plataforma de pagamentos. Uma das principais é que elas escolhem os criptoativos mais seguros, o que reduz os riscos financeiros e tecnológicos. Elas oferecem a conversão automática de criptomoedas em stablecoins, ativos virtuais cujo valor é normalmente pareado com o de moedas nacionais, como o Real Brasileiro.

As taxas praticadas por essas plataformas costumam ser mais baixas que as cobradas pelas intermediárias tradicionais. Isso significa que os estabelecimentos podem trazer ofertas cada vez mais melhores aos consumidores, aumentando a competitividade de maneira sadia e sustentável.

Política de preços clara

É indicado determinar se o valor de um produto ou serviço será fixado no momento da transação ou se a conversão para moeda nacional será realizada imediatamente. Essa informação deverá ser colocada em um local de fácil acesso, com opções de acessibilidade às pessoas com deficiência (PCD), preferencialmente.

Apoio especializado

Existem inúmeras informações relevantes na internet, mas pode ser que uma consultoria especializada seja necessária para selecionar o sistema adequado para receber pagamentos em criptomoedas no varejo.

Por exemplo, redes de hotéis precisam analisar a possibilidade de integração de plataformas de pagamento cripto com pontos de venda (PDV), para simplificar os processos internos. Nesses casos, será preciso contratar um especialista qualificado para analisar a viabilidade do projeto, bem como a necessidade de treinamentos adicionais às equipes.

Atenção às regulamentações

O marco regulatório brasileiro está em constante construção. Isso significa que as regras atuais poderão ser remodeladas. Por esse motivo, é recomendável a busca regular de informações sobre o tema.

De maneira geral, o Brasil está seguindo o mesmo caminho dos grandes marcos regulatórios internacionais, como o Markets in Crypto-Assets (MiCA), da União Europeia. Isso significa que um ecossistema de interoperabilidade jurídica pode estar sendo montado, o que traz ainda mais segurança tanto aos consumidores quanto aos empresários.

Começar pequeno é a melhor opção

Um projeto piloto pode ser a melhor atitude inicial. A rede de supermercados Zona Sul começou a aceitar pagamentos cripto com o Transfero Checkout em sua unidade de Ipanema, por exemplo. Graças ao sucesso da parceria, os executivos estudam instalar o sistema de pagamentos em outros estabelecimentos.

Esse caso demonstra a boa utilização das criptomoedas, especialmente em endereços turísticos. Nessa linha, mesmo cidades menores podem tirar proveito da iniciativa, visto que várias delas, como Paraty (RJ), Gramado (RS) e Fernando de Noronha (PE) recebem milhares de turistas todos os anos.

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  • 23 de Abril, 2025