Criptomoedas de Trump em investigação: democratas exigem relatórios de atividades suspeitas
As criptomoedas de Trump estão na mira. Em mais um capítulo da crescente tensão entre o governo Trump e os democratas, membros da Câmara dos Representantes enviaram uma carta ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, solicitando a divulgação de todos os Relatórios de Atividades Suspeitas (SARs) relacionados aos projetos de criptomoedas associados ao presidente Donald Trump.
A carta menciona especificamente as memecoins de Trump, a World Liberty Financial (WLF) e o investimento de US$ 75 milhões do empresário Justin Sun no empreendimento.
Os SARs são documentos obrigatórios que as instituições financeiras devem enviar ao Tesouro quando identificam transações potencialmente ligadas a lavagem de dinheiro, fraude ou outras irregularidades. Os democratas, liderados por membros do Comitê de Serviços Financeiros, querem saber se houve registros desde 2023 relacionados aos projetos de criptomoedas de Trump.
A carta também menciona o comitê de ação política apoiado por Elon Musk, que endossa Trump. Além da plataforma de arrecadação republicana WinRed, citando preocupações com “suborno, corrupção e conflitos de interesse”.
Um dos pontos destacados no documento é o envolvimento de Justin Sun, fundador da Tron e conhecido investidor em criptomoedas. De acordo com os democratas, Sun investiu US$ 45 milhões em tokens da WLF em janeiro de 2025, elevando seu aporte total para US$ 75 milhões. Curiosamente, pouco depois desse investimento, a SEC pediu a suspensão de uma ação judicial contra Sun, levantando suspeitas sobre possíveis acordos políticos.
Criptomoedas de Trump na mira
Trump, que antes era cético em relação às criptomoedas, tornou-se um grande defensor do setor durante sua campanha eleitoral em 2024. Desde então, lançou sua própria memecoin, a TRUMP, e apoiou a WLF, que recentemente fechou um acordo de US$ 2 bilhões com a Binance usando sua stablecoin USD1.
Essa aproximação tem sido alvo de críticas. Na semana passada, o deputado Ritchie Torres propôs um projeto de lei para impedir que presidentes e congressistas lucrem com memecoins e stablecoins. Já a senadora Elizabeth Warren exigiu explicações sobre os laços entre Trump e a Binance.
A resposta do Tesouro será crucial. Bessent, nomeado por Trump, é conhecido por ser favorável às criptomoedas. Ele pode resistir ao pedido ou liberar documentos que possam alimentar ainda mais a polêmica. Se forem encontrados SARs relacionados às criptomoedas de Trump, o caso pode se transformar em mais uma batalha política em meio às eleições de 2026.
Enquanto isso, a relação entre política e criptomoedas continua sob os holofotes, mostrando que, no mundo financeiro moderno, até mesmo as memecoins se tornaram um campo de disputa partidária.
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