Dona da MetaMask diz que provedor coleta endereços da carteira e usuários se indignam
A Consensys, empresa de blockchain por trás da carteira de criptomoedas MetaMask, causou indignação ao anunciar mudanças em sua política de privacidade. Na última quarta-feira (23), a empresa atualizou a sua política de privacidade para informar aos mais de 20 milhões de usuários da MetaMask que seus endereços IP serão coletados quando eles fizerem transações usando o Infura, provedor de Chamada de Procedimento Remoto (RPC), que permite que aplicativos web3 interajam com blockchains de forma remota.
“Quando você usa o Infura como seu provedor RPC padrão na MetaMask, o Infura coleta seu endereço IP e o endereço da sua carteira Ethereum quando você envia uma transação”, disse Consensys . “No entanto, se você estiver usando o seu próprio nó do Ethereum ou um provedor RPC de terceiros com MetaMask, nem o Infura nem a MetaMask coletarão seu endereço IP ou endereço de carteira Ethereum.”
A Infura é uma empresa de blockchain e de desenvolvimento de API que foi adquirida pela Consensys em outubro de 2019. A empresa executa nós de blockchain em nome de carteiras e de indivíduos.
Usuários criticam a MetaMask
Como era de esperar, a mudança causou indignação entre os usuários. A preocupação é que as empresas que coletam on-chain, como endereços e transações de blockchain, e dados off-chain, como endereços IP, possam identificar os indivíduos. Isso reduziria a privacidade disponível na rede.
Mas o fundador da MetaMask, Dan Finlay, disse em sua conta no Twitter que a MetaMask não está usando os endereços IP:
“Acho que podemos consertar isso logo. Não estamos usando endereços IP, mesmo que estejam sendo armazenados de forma temporária, o que não precisa ser, pois não os estamos usando para nada”, escreveu ele.
Mesmo assim, muitos usuários criticaram a mudanças e disseram que vão mudar de carteira:
“Foi divertido enquanto durou MetaMask, mas eu valorizo a minha privacidade neste espaço. Mudando de carteira o mais rápido possível”, tuitou Gooniebrad.
“Eu acho que é hora de parar de usar a MetaMask”, disse outro usuário.
Uso de VPN
Alguns na comunidade cripto estão incentivando os usuários a usar uma VPN para ofuscar sua localização ao usar a MetaMask. Contudo, uma VPN interrompe apenas a coleta de dados de localização e não de endereços de carteira.
“Uma vez que eles determinem que a maioria dos IPs vem dos EUA, veremos mais captura regulatória da SEC”, tuitou o usuário do Twitter, Coinvision. “Use uma VPN.”
A notícia chega poucos dias depois que a Uniswap também disse que coletaria dados das carteiras, dispositivos e navegadores dos usuários.