Drex vai integrar CNJ, Senatran e outros reguladores, revela Banco Central do Brasil
Na última quarta-feira (13), durante um evento de blockchain promovido pela FGV, o Coordenador do Drex, Fabio Araújo, anunciou a próxima fase de integração da moeda digital brasileira com diversos órgãos reguladores, entre eles o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Senatran e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
“Estamos discutindo com o ONR para trazer ativos imobiliários para a rede, o que possibilitaria que cartórios se integrem ao Drex, caso o CNJ aprove”, afirmou Araújo.
A proposta ainda inclui conversas com a Senatran para que os Detrans possam participar da rede de forma direta ou indireta. Isso permitirá o gerenciamento descentralizado de ativos relacionados a veículos.
De acordo com Araújo, a integração do Drex com outros reguladores aumenta as possibilidades de utilização da CBDC nacional, que poderá incorporar ativos como seguros, entre outros casos de uso que não apenas a liquidação DVP proposta na primeira fase.
A expectativa do Banco Central é que essa fase resulte em avanços significativos até o final de 2025. Isso porque a partir daí a população deve começar a testar o Drex.
Integração do Drex
Ainda durante o evento, o coordenador enfatizou que o Drex irá reduzir as barreiras de entrada para fintechs e startups no mercado financeiro.
“Nossa proposta é criar uma camada de agregação, como o Netflix, que organiza conteúdos e conhece o usuário para oferecer o que ele gosta. O agregador financeiro do Drex será implementado por bancos e fintechs, como já ocorre com o Open Finance e o Pix”, explicou.
Araújo apontou ainda os desafios para a popularização de ativos digitais e criptomoedas, destacando a necessidade de uma plataforma regulada e adequada para que essas tecnologias se integrem à vida das pessoas.
Ele mencionou ainda que o Drex tem foco em três características principais: programabilidade, coexistência entre moeda digital e depósitos tokenizados, e um registro único.
Essas qualidades, segundo ele, permitem que o Banco Central dialogue com o mercado, promovendo estabilidade, ao mesmo tempo em que abre espaço para inovação.
“Nosso objetivo não é inovar por inovar, mas garantir estabilidade. No entanto, como as inovações são inevitáveis, precisamos estar sempre preparados para incorporá-las ao mercado”, explicou Araújo.
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