Educação financeira é chave para um Rio inteligente
A relação entre o dinheiro, a vida das pessoas e a dinâmica urbana evidencia, segundo o CEO da Transfero Group, Márlyson Silva, a necessidade de um planejamento financeiro mais estratégico e consciente. Em entrevista à Veja Rio, o executivo abordou caminhos para transformar o Rio de Janeiro em uma cidade financeiramente inteligente e um polo de inovação e tecnologia, com ênfase na educação e no desenvolvimento de um ecossistema colaborativo entre as iniciativas pública e privada.
Para Márlyson, a falta de educação, planejamento e orientação sobre como lidar com o dinheiro pode desencadear uma série de problemas, como endividamento, insegurança e até impactos à saúde. Contra isso, ele defende que a conscientização sobre a gestão dos recursos e o estímulo ao crescimento do orçamento familiar tende a sanar esses problemas.
Segundo ele, com mais famílias organizadas financeiramente, aumenta-se também a arrecadação de impostos e taxas, que se traduzem em mais investimentos e melhorias para a cidade.
Educação financeira para uma cidade inteligente
Em dado momento da conversa, a apresentadora e editora-chefe da Veja Rio, Fernanda Thedim, levanta a questão de que a criminalidade foi apontada por um estudo entre cariocas como o maior problema do Rio. Nesse sentido, a proposta do executivo passa por um trabalho intenso de educação e não, simplesmente, de assistencialismo.
“Se você muda a perspectiva de vida de um jovem, de um adulto, de uma mãe ou até mesmo de uma família inteira, eles serão a primeira linha de defesa para que a criminalidade não ocorra na cidade”, disse.
A educação defendida por ele vai além dos ensinos básicos de português e matemática, por exemplo, e engloba ensinamentos de como lidar com a vida e como empreender em uma cidade diversa que oportuniza desde a venda de balas até soluções de tecnologia.
Esse desenvolvimento é, também, o ponto de partida para tornar o Rio de Janeiro um hub de inovação tecnológica e atrair investimentos. Tanto Márlyson quanto Fernanda concordaram que é preciso estabelecer um ecossistema para melhorar o posicionamento global da cidade, o que depende da integração entre iniciativa pública e privada.
“Gostaríamos que o Rio de Janeiro se tornasse um hub de inovação e tecnologia. Isso vai trazer para a cidade um outro perfil profissional, turístico e de investimentos. Mas, não teremos como atrair grandes investimentos sem grandes empresas ou grandes projetos. Precisamos ter bons profissionais para isso e, para tê-los, é necessário formá-los”, detalhou.
Iniciativas como a Transfero Academy, que buscam alinhar a formação profissional com as demandas do mercado de trabalho, ajudam a nova geração de talentos a desenvolver habilidades que uma instituição de ensino tradicional não é capaz de estimular.
Construção de um ecossistema colaborativo
No que tange a parceria público e privada para um desenvolvimento maior no setor de educação – incluindo a inovação – Márlyson ilustra com o Skolkovo Innovation Center, na Rússia. Trata-se de um parque tecnológico custeado em 20% pelo governo e 80% pela iniciativa privada. “Ou seja, o poder público pode“abrir algumas portas, cortar algumas árvores no meio do caminho, mas a iniciativa privada tem de se unir mais”.
Outro exemplo citado por ele – mas dessa no próprio Rio de Janeiro – é o Porto Maravalley (POMAR), localizado na Zona Portuária da cidade. Desenvolvido por meio de financiamento público e privado, o empreendimento busca impactar positivamente a economia da cidade, aliando educação e tecnologia.
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