El Salvador nega informações para organização anti corrupção sobre como compra e armazena BTC
O Banco de Desenvolvimento da República de El Salvador (Bandesal) negou um novo pedido da agência anticorrupção do país. Assim, contrariando todos os princípios da administração pública e do blockchain, o governo vem escondendo as informações.
A agência anticorrupção quer saber sobre como os Bitcoins do país foram comprados e onde estão guardados. No entanto, o governo nega acesso a todas estas informações já que há suspeitas que Nayib Bukele faça as compras de seu próprio celular.
A denúncia foi feita pelo Escritório de Assessoria Jurídica e Anticorrupção de El Salvador (ALAC). De acordo com a entidade, a instituição bancária recusou-se por duas vezes a fornecer as informações exigidas.
O Bandesal disse que não pode e não vai fornecer os detalhes. Segundo a instituição, as informações relacionadas à compra de Bitcoins pelo governo “estão reservadas”. Portanto, estando sob este tipo de classificação, o banco está impedido de fornecer os dados exigidos pelo escritório anticorrupção. Nesse sentido, o Bandesal alega que o indeferimento do pedido visa “salvaguardar os interesses do banco e das demais partes envolvidas”.
Transparência?
O Banco de Desenvolvimento da República de El Salvador desempenha um papel importante na política de Bukele sobre Bitcoin. A instituição foi escolhida pela Assembleia Legislativa para a criação de um fundo fiduciário de USD 150 milhões voltado ao setor cripto.
O objetivo do fundo é assumir o risco que os cidadãos salvadorenhos possam correr ao operar com Bitcoin, dada sua volatilidade. O fundo também foi utilizado para oferecer um bônus aos salvadorenhos que se registrassem na carteira Chivo, desenvolvida pelo governo local.
Segundo o ALAC, a primeira recusa do Bandesal em fornecer informações foi há um ano. Na ocasião, o escritório denunciou que a instituição financeira negou informações sobre o processo de contratação dos serviços da Chivo Wallet para implantação da carteira nacional de BTC.
Em linhas gerais, a agência quer saber quais movimentos o governo Bukele fez em relação à compra de BTC. Desse modo requer informações sobre a gestão de ativos sob custódia do governo, bem como transações com BTC.
Ao mesmo tempo, eles solicitam saber a ata em que o conselho que rege o trust aprova as negociações com o Bitcoin.
Assim, eles também pedem para saber o saldo atual em BTC dessas contas, além de seu valor em dólares. Desse modo, os requisitos incluem conhecer os endereços das carteiras de criptomoedas usadas pelo governo Bukele para comprar e manter o BTC e as exchanges envolvidas no processo.
Bitcoin
A isso se soma o montante de fundos públicos que o governo salvadorenho destinou para a aquisição de bitcoins. Além dos endereços das carteiras associadas à manutenção e operação da plataforma Chivo.
Por fim, o ALAC solicitou uma lista de contratados estrangeiros. Assim, esta lista de incluir empresas e indivíduos, “que o governo pagou por projetos relacionados ao Bitcoin em 2021”.
No entanto, o Banco de Desenvolvimento da República de El Salvador não é o único órgão estatal que se recusou a fornecer este tipo de informação. Assim a própria asa Presidencial, o Ministério da Economia, Finanças, o Banco Central e o Congresso também não querem informar sobre movimentos com bitcoin do país.