Empresa brasileira lança identidade tokenizada para abertura de offshores

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A Neela, uma empresa brasileira de gestão de patrimônio, anunciou uma inovação que promete transformar o processo de abertura de offshores. Através de uma parceria com a tokenizadora SV Standard, a Neela lançou uma identidade digital em blockchain. Esta nova abordagem visa agilizar e baratear a abertura de offshores, que são empresas abertas no exterior em locais regulamentados e com incentivos fiscais.

A proposta da Neela é revolucionar o vínculo dos recursos no exterior. Tradicionalmente, esse processo é realizado por meio de bancos e representantes legais, que envolvem burocracia e custos elevados. Agora, com a tokenização, todos os dados pessoais são inseridos na blockchain, resultando em um token intransferível após aprovação.

Edrey Pierre, CEO e fundador da Neela, explicou que o objetivo é facilitar a abertura de offshores para indivíduos com grandes recursos, mas pouca liquidez.

Além disso, o novo processo pode economizar até US$ 5 mil na abertura e mais de US$ 3 mil anualmente para manutenção da empresa no exterior. O método tradicional, que inclui a contratação de escritórios de advocacia e tradução de documentos, pode levar até 45 dias. Enquanto isso, o modelo tokenizado da Neela promete reduzir esse tempo para apenas 10 dias.

Funcionamento da plataforma e aprovação regulamentar

O funcionamento da nova plataforma é simples. A geração do token requer a inserção de documentos como CPF, RG, comprovante de endereço e declaração de imposto de renda no aplicativo da empresa. Após o envio, a equipe da Neela nas Bahamas analisa as informações, verificando os critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento ao terrorismo.

A plataforma já passou por sete meses de testes e recebeu aprovação do governo das Bahamas, onde a estrutura tem base. Pierre ressaltou que esse modelo elimina os custos de abertura e manutenção de conta. No entanto, os interessados ainda precisam pagar apenas uma taxa de administração que varia entre 1% e 2%, dependendo do volume do patrimônio.

De acordo com Pierre, eles identificaram a oportunidade ao descobrir que 800 mil brasileiros possuem offshores. Isso motivou a empresa a iniciar negociações com o governo das Bahamas em 2020.

Com a conta em blockchain, os donos dos tokens se enquadram na normatização de ativos digitais prevista na Lei das Offshores. Esta lei, que recebeu aprovação no final do ano passado, prevê a taxação de 15% sobre lucros. Além disso, o token facilita a desburocratização dos meios tradicionais, permitindo a tributação apenas em caso de movimentação.

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  • 18 de Maio, 2024